Santo Tirso: emigrantes regressam

O Natal e a passagem de ano são dois momentos em que as pessoas esquecem os problemas. O Norte não foge à regra.

Santo Tirso é nome de filósofo, mas também de uma cidade no distrito do Porto, fundada à volta do Mosteiro de S. Bento.

Na época de Natal a cidade vive algumas tradições locais, mas a maioria são iguais às das restantes localidades portuguesas. A missa do Galo por exemplo, é um hábito a que quase ninguém escapa. À meia-noite e às 2 horas da manhã, todas as igrejas da região abarrotam de gente. As ruas enchem-se e as pessoas conversam, talvez tentando descontrair da pressa vivida dias antes nos centros comerciais e em outros estabelecimentos do género.
Santo Tirso é uma cidade com muitos emigrantes nos mais diversos pontos do mundo, mas a grande maioria está em França. Nesta altura, o francês é quase uma segunda língua na cidade. Há muitas festas antes das próprias festas, viajando-se de cidade para cidade em visitas e mais visitas. A dispersão familiar ajuda a uma concentração de trânsito jamais visto. O ambiente fica caótico, não aquele caos do trabalho e da irritação laboral, um caos calmo e contido.
Este ano, a Câmara Municipal promoveu várias actividades de Natal. A decoração da cidade foi uma aposta de peso e quase todas as ruas foram iluminadas. Em Vila das Aves, uma localidade do concelho de Santo Tirso, as crianças puderam dar asas à sua imaginação num atelier de Natal. Entre as várias possibilidades destacavam-se as oficinas de trabalhos manuais e de desenho, a oficina dos desejos e uma “Hora do conto”. Houve ainda tempo para uma exposição de árvores de Natal, e outra, na Câmara Municipal, relacionada com presépios, no que foi uma iniciativa inédita no nosso país. Os materiais usados, variadíssimos, vão desde a madeira ao granito, passando pela cerâmica, filigrana e pasta de papel. No núcleo dos participantes encontrava-se Maria Eugénia Cavaco da Covilhã, para além de José Delfim, concorrente oriundo de Santo Tirso, de quem partiu a ideia da mostra, “Andei a correr de norte a sul do país para conseguir recolher a tempo todos os presépios", refere o artista tirsense. Alguns dos presépios datam do século XVII e fazem parte de um grupo de coleccionadores da Confraria do Caco. O evento durará até dia 2 de Janeiro e reunirá cerca de 500 peças de 150 artesãos de renome.
Mas nem tudo foram exposições. De 9 a 17 de Dezembro, a Câmara forneceu, solidariamente, cabazes de Natal a famílias desfavorecidas. Na Igreja matriz realizou-se um concerto da Orquestra da ARTAVE, a escola de música do Vale do Ave, e nos dias 6 e 7 de Janeiro, está agendado, no átrio da Câmara, a realização de um concerto onde se cantarão músicas alusivas à época dos Reis, assim como a realização de uma caminhada de Ano novo que se realizará no dia 28 desse mesmo mês.