Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 360 de 2006-12-26 |
U - As vendas do comércio tradicional estão a descer vertiginosamente e este ano fecharam cerca de 30 lojas. Pensa que o Serra Shopping poderá ser a causa desta situação?
M.B. – Sabemos que a abertura do Serra Shopping também trouxe problemas agravados ao comércio. Digamos que agravou os problemas que nós já sentíamos. Mas não ficaria de consciência tranquila se dissesse que o shopping é o responsável pelo encerramento destes estabelecimentos. O Serra Shopping, de facto, contribuiu para um processo de aceleração das dificuldades. Como sempre dissemos, e continuamos a afirmar, o shopping não trouxe nada de novo ao comércio, ou seja, não acrescentou nada. Ainda veio repartir o pouco que existia.
U - Os comerciantes do centro da Covilhã queixaram-se ao Urbi da falta de apoio, nomeadamente por parte da AECBP. O que pensa sobre isto?
M.B. – Em primeiro lugar, penso que eles têm razão. Mas também tenho que pensar como responsável pela associação: Mas então o que é que falta? É muito fácil para os Portugueses dizer que a culpa é dos outros. Nós estamos sempre a falar na terceira pessoa, é a forma mais cómoda de nós vivermos e de vivermos tranquilos. Então e quando os outros querem ajudar e quando os outros estão disponíveis, o que é que nós fazemos? Onde é que nós estamos? Qual é a nossa resposta? Claro que também temos isso quantificado e está claramente representado. Um dia vão-se virar contra a toda a gente, vão dizer mal disto, do Governo, da Câmara, da associação e tudo mais. Eu só posso falar pela parte que diz respeito à associação. Lamento. Tenho muita pena que os comerciantes assim pensem porque a associação há oito anos que anda a falar nisto. Há oito anos que prepara planos de animação, projectos de promoção, modelos de organização diferentes, formação aos seus associados e funcionários. Enfim, há oito ou nove anos que nós andamos a falar disto. Alguns não quiseram. Resistiram pura e simplesmente. E hoje são os primeiros a dizer mal disto tudo, dos outros e tudo mais. Claro que eu respeito essas opiniões porque acho que realmente é uma maneira de estar na vida. Claramente não é a minha maneira de estar na vida, não é a maneira da associação estar na vida. Agora eu acho que cada um deve olhar para si e perceber quais são os contributos que deu e onde é que estará a maior responsabilidade.
U - Que iniciativas foram realizadas pela associação para revitalizar o comércio nesta época natalícia?
M.B. – Como eu dizia há pouco, há nove anos que andamos a fazer coisas. Tudo o que nós fizemos teve um momento em que devíamos obter resultados. Este ano apostámos apenas na divulgação de uma revista que fala do comércio como uma actividade local. É distribuída pela população em geral, apelando à qualidade, à Covilhã como marca comercial. Por outro lado, desenvolvemos um plano de comunicação antes do Natal, onde procurámos colocar em debate o comércio, colocá-lo na agenda sob pena de não estar a ser uma coisa esquecida.
U – Quais os planos da AECBP para 2007, com vista a apoiar o comércio tradicional?
M.B. – Em relação ao futuro, faremos tudo aquilo que o comércio achar que deve ser feito. Eu há pouco não fiz essa sugestão, mas todos aqueles que se lamentam estão completamente à vontade, nós estamos disponíveis para receber sugestões de tudo aquilo que achem que possa ser possível fazer. E que seja exequível, claro.
Relacionados:
Multimédia