Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 358 de 2006-12-12 |
“A Guarda é uma cidade de gente religiosa, que crê no sobrenatural, e onde o cristianismo, numa determinada altura, construiu mais, foi mais visível. Mas havia, e há, outras realidades mais pequenas, minorias, que também deixaram as suas construções, as suas marcas, os seus credos, as suas tradições. E que estão cá, a acenar, à espera que nós as descubramos.” Em jeito de convite, as palavras de Carmen Balesteros apelam a turistas e estudiosos para prestem mais atenção a este tipo de pormenores.
A Guarda sempre foi uma cidade tolerante que soube oferecer muito aos diversos povos que por lá passaram, diz a investigadora. A comida, o frio, a luz e a serra constituem elementos decisivos para que a cultura judaica seja tão visível. É precisamente o aspecto da visibilidade que esta investigadora alentejana valoriza. “A questão das marcas judaicas e outras estava pouco conhecida na Guarda.
A grande novidade é a descoberta. Aquilo que há na Guarda neste momento é uma aposta patrimonial em termos de divulgação, sustentada do ponto de vista científico.” Para José Afonso, director regional do IPPAR, a Beira Interior protagoniza hoje “uma pequena revolução em prol do património e da cultura.” Este processo “é fruto de um longo trabalho que o próprio IPPAR tem vindo a fazer de há seis anos para cá”, defende o responsável. Para o próximo ano, a prioridade do IPPAR é a recuperação da Capela do Mileu, na Guarda. “A prioridade vai para o que está em ruína. Conservação, consolidação, manutenção, formação e consciencialização são os passos a seguir, de forma a preservar o património”, conclui.
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