Modelos de aprendizagem contínua

Uma tese de mestrado na área da Gestão, apresentada na UBI, fala na importância dos novos procedimentos, técnicas e instrumentos de gestão nas empresas e também na elevada burocracia que ainda impera nas organizações.

Contribuir para um modelo mais prático ao nível das organizações foi o objectivo da tese de mestrado apresentada na UBI por Tânia Sofia da Costa Ferreira. Um estudo que contou com a análise de dados obtidos em diversas empresas e também com algumas visitas e entrevistas a funcionários de instituições. Esta tese de mestrado pretende assim sublinhar a importância dos recursos humanos ao nível organizacional. Um dos aspectos que a autora salienta neste seu estudo “é a existência de uma enorme burocracia”.
A investigação teve como propósito principal demonstrar que, “hoje em dia, as organizações já não estão em condições de adoptar por modelos tradicionais de gestão para se tornarem competitivas, mas sim recorrer a procedimentos, técnicas e instrumentos de gestão que assentem num processo de aprendizagem contínua”. Tânia Ferreira acrescenta ainda que “na nossa sociedade continua-se a assistir à presença de organizações autocráticas, onde os trabalhadores seguem simplesmente as ordens e as decisões das chefias, sem terem liberdade de expressão”. Neste contexto, “é importante a ruptura com todos estes modelos (tradicionais), de modo a apresentar algo inovador tanto para a sociedade, como para as próprias organizações e, acima de tudo, para as pessoas e o seu bem-estar”.
Para Tânia Ferreira “a aprendizagem é hoje um dos factores mais importantes para qualquer funcionário”. Um bom ambiente de trabalho e uma carreira que compreenda “a progressão através da qualificação” são factores positivos apontados por esta investigadora. Segundo Tânia Ferreira “não existem organizações sem funcionários”. O factor “burocracia” foi lembrado nesta tese devido ao facto de “hoje falar-se, cada vez mais de liderança e relacionamento com novos temas no trabalho”, mas a autora deste estudo recorda que muitas organizações continuam a ver isso “como aspecto negativo”. Para além disso, esta investigadora lembra também que é cada vez mais necessário a criação de organizações e locais de trabalho “democráticos”, onde as pessoas “têm o poder de opinar e decidir sobre o seu posto de trabalho”. Por outras palavras, é necessário criar organizações com uma estrutura horizontal, “onde existam equipas de trabalho autónomas sem supervisores”. Tânia Ferreira garante que “tudo isto vai proporcionar aos membros de uma organização uma maior liberdade na gestão das suas vidas e uma maior motivação a nível profissional e pessoal”.
A adopção de um marketing interno e a aposta em comunicações internas são também pontos focados nesta tese. Na óptica da autora estas políticas servem para informar e motivar os funcionários.
A tese de mestrado teve como júri Maria de Fátima Nunes Jorge Oliveira, professora auxiliar da Universidade de Évora, Mário José Baptista Franco, professor auxiliar da Universidade da Beira Interior e Anabela do Rosário Leitão Dinis, professora auxiliar da Universidade da Beira Interior.