Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 352 de 2006-10-31 |
Uma esmola de pobre. É assim que se pode classificar o PIDDAC (Plano de Investimentos e despesas de Desenvolvimento da Administração Central) para o distrito de Castelo Branco e, sobretudo, para a Covilhã. Praticamente não há obras novas contempladas e as verbas registadas destinam-se a melhoramentos já concluídos. Mesmo assim Castelo Branco recebe o dobro da Covilhã.
A Faculdade de Medicina recebe a maior verba, o que se compreende. O novo quartel da PSP recebe uma fatia para a conclusão das obras, o que também não é de estranhar. De estranhar sim são os míseros 25 mil euros para o troço do IC6 Covilhã – Unhais da Serra.
Quase que apetecia dar uma gargalhada se não se tratasse de um assunto sério para todos nós. Consignar um montante deste valor é como pagar um café para se ser simpático. Mas de simpatia e palavras bonitas estamos nós fartos. Queremos obras que não podem, de ano para ano, serem adiadas indefinidamente.
O Governo parece desinteressar-se desta obra fundamental para a ligação da Cova da Beira a Coimbra. Mas nunca será demais falar no IC6 pelas razões que toda a gente conhece. Nem que seja semana a semana como agora nos acontece.
Os responsáveis da governação é que parece não verem a necessidade desta via rápida. E têm no respectivo ministério toda a documentação necessária que os habilita a tomar as decisões que se impõem.
Sabemos e temos consciência do momento que o País atravessa e da contenção orçamental para o equilíbrio das finanças públicas. O imperativo da solidariedade nacional também nos pertence.
Mas tem que haver para o Interior a tão falada discriminação positiva, pois não existem portugueses de primeira ou de segunda. E não vamos pagar as culpas de erros que governos sucessivos cometeram ao gastar os dinheiros públicos sem rei nem roque.
Num debate recente, os economistas Marvão Pereira e Jorge Andraz apresentaram um estudo onde se prova que as auto-estradas em regime de SCUT- sem custos para o utilizador - até geram receitas. E defendem que as novas auto-estradas deviam ser construídas com portagens virtuais. E apontam as razões de sustentabilidade económica e financeira garantidas à partida.
Inclusivamente sugerem ao Governo que o impacto económico gerado pelas portagens virtuais é uma solução para investimentos futuros.
Com base nestas conclusões, temos um verdadeiro ovo de Colombo. Então não é difícil para o Governo apressar a construção do IC6. Nem há desculpas para o seu atraso. E se nada for feito neste sentido, estamos perante um caso de negligência governativa. E esta atitude não pode ser tolerada. Haja o que houver.
De que se está à espera? De mais 25 mil euros no próximo PIDDAC? Seria um acto completamente ridículo. E esperamos que tal não aconteça.
O PIDACC 2007 foi magro, muito magro para a Covilhã e para o distrito.
Vejam lá, senhores do Governo. A ir por este caminho, em 2008 teremos um esqueleto.
Que Deus não nos oiça.
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