UBI em parceria com a TAP

Os tecidos utilizados nos novos fardamentos do pessoal de voo da transportadora aérea nacional estão a ser desenvolvidos em parceira com a UBI. O Departamento de Engenharia Têxtil participou na enumeração das características que os tecidos devem apresentar.

Há vários anos que a TAP não atribuía a tarefa de desenhar e confeccionar o fardamento do pessoal de voo a profissionais lusos. Desta vez, o cenário foi diferente e os próximos modelos que vão vestir os funcionários da transportadora aérea nacional foram concebidos pelos designers de moda Manuel Alves e José Manuel Gonçalves.
Para além do traço português, os tecidos que servem de base à confecção dos fardamentos vão também ostentar o carimbo nacional. Parte dessa marca passa também pela UBI. Isto porque, o Departamento de Engenharia Têxtil da instituição covilhanense trabalhou “em parceira” com a TAP, “na elaboração do caderno de encargos, e das características específicas dos tecidos utilizados para as fardas”, explica Rui Miguel, presidente do DET.
O docente adianta que a instituição “trabalha em parceira com a TAP há cerca de dois anos”. Esta ligação surgiu através de um primeiro contacto feito pela transportadora aérea, no sentido da UBI ajudar a melhorar os cadernos de encargos da empresa, no que respeita à qualidade dos tecidos utilizados para o fardamento. Este tipo de trabalho “está localizado numa área que a UBI domina”, garante Rui Miguel. O responsável lembra que a instituição há muito que “desenvolve este tipo de actividades também em parceira com a Força Aérea Portuguesa”. A análise e melhoria dos tecidos utilizados pela (FAP), bem como, a elaboração das condições de aquisição de tecidos para as fardas dos militares “são tarefas há muito desenvolvidas pela UBI”.
Foi pois, através deste tipo de acções que a TAP “solicitou a ajuda do Departamento Têxtil para que se aplicasse o nosso conhecimento, no sentido de melhorar as características técnicas dos tecidos utilizados para o fardamento do pessoal de voo”. Um apoio que passa pelo estudo e análise das características da matéria-prima e também pela formulação de “intervalos de confiança mais ajustados, quer ao produto quer às propriedades do tecido em si”. Para além deste ponto, o papel da UBI passa também por avançar com algumas propostas no sentido de “optimizar a utilização dos fardamentos”.
Rui Miguel lembra que “os fardamentos do pessoal de voo têm de apresentar um bom aspecto, mesmo sob uso intenso”. Um dos pontos que mais está em destaque nesta área é a criação de vincos por parte das roupas. Com o uso, os materiais “acabam por criar vincos e ficar amarrotados”. O que se pretende neste caso, “é encontrar um tecido capaz de resistir à criação de vincos”.
É sobre este tema que versa um dos projectos de investigação apresentados à Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) pelo Departamento de Têxtil da UBI. Projecto esse, que a ser aprovado “vai permitir um estudo mais aprofundado da optimização de tecidos capazes de resistir ao esforço e ao uso intensivo, sem criar vincos ou aspecto usado”.
Outra das parecerias com a transportadora aérea nacional passou também “pela criação de uma tabela de variação de qualidade dos tecidos mais objectiva do que a existente até aqui”. Rui Miguel explica que estas entidades têm necessidade de “periodicamente abrirem concurso para aquisição de materiais têxteis” e depois têm uma tarefa de escolher qual o melhor fornecedor, algo que já deve estar incluído no caderno de encargos, “mas muitas vezes torna-se difícil escolher a melhor proposta”, daí que se utilize uma tabela de variação que ajude nesse facto, tabela essa desenvolvida na Covilhã.