Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 351 de 2006-10-24 |
O negócio das águas
A venda de 49 por cento da empresa municipal Águas da Covilhã (AdC) conheceu ontem, segunda-feira, 23 de Outubro mais um passo em frente. O executivo municipal, em sessão camarária, abriu as cinco propostas entregues na autarquia para a aquisição da parcela em causa.
> Eduardo AlvesAo todo são cinco as propostas que a Câmara Municipal da Covilhã recebeu, para a aquisição de 49 por cento da empresa municipal AdC. Deste conjunto formado por quatro consórcios portugueses e um francês, destaque para a empresa Águas de Portugal, que se apresentou disponível para adquirir os 49 por cento em causa. O primeiro consórcio a apresentar uma proposta de aquisição é formado por três empresas, a Ges Water, águas e resíduos S.A., a Domingos da Silva Teixeira, S.A. e pela Alexandre Barbosa Borges, S.A. No que respeita ao segundo consórcio, apresenta na sua formação as empresas AGS, administração e gestão de sistemas de salubridade, S.A. e a Hidurbe, gestão de resíduos, S.A. Um terceiro consórcio é formado pela empresa francesa Compagnie Generale des Eaux, Portugal S.A e pela Ambolma, SGPS, S.A. A quarta formação a responder ao concurso aberto pela autarquia covilhanense é formada pelas empresas Aguapor, serviços S.A., Recolte, recolha, tratamento e eliminação de resíduos, S.A. e Redeteca, construção e instalação de redes de gás S.A. O último consórcio a concurso é constituído pelas empresas Indaqua, indústria e gestão de águas, S.A., SUMA, serviços urbanos e meio ambiente, S.A. e Ideialoft, investimento imobiliário, S.A.
A reunião do executivo municipal de ontem marcou assim um dos principais passos para a concretização deste negócio. Abertas as propostas e conhecidos os interessados, o departamento jurídico da câmara vai agora analisar todos os pressupostos apresentados pelos concorrentes e deliberar qual o que oferece melhores condições.
Desta reunião saiu também a data limite para a segunda fase do processo. Os interessados em adquirir os 49 por cento da AdC têm agora até às 16 horas do próximo dia 4 de Dezembro para “apresentarem as suas propostas estratégicas”, explicou Carlos Pinto, presidente da autarquia covilhanense. A 5 de Dezembro, pelas 10 horas, as propostas, desta segunda fase, vão ser abertas. O social-democrata que gere os destinos do município serrano diz que esse passo consiste em elaborar um plano mais detalhado sobre a forma como se prevê a aquisição da parcela em causa. Esta fase serve também “para os cinco consórcios escolhidos apresentarem uma proposta financeira para a gestão dos 49 por cento da AdC”. Segue-se depois uma derradeira fase de negociação “caso a caso”, esclareceu o autarca. Pinto está convicto de que com este passo, a Covilhã “vai passar por uma nova fase na água e saneamento, valorizando o património dos SMAS e assegurar um bom serviço”.
Nesta primeira fase, os interessados tinham um trabalho “mais documental”, refere ainda o edil.Quem já se mostrou contra a venda dos 49 por cento da AdC foram os dois vereadores socialistas na oposição. Telma Madaleno e José Serra dos Reis referem que a venda “de um bem tão precioso como a água” é uma “hipoteca” para o futuro do município. Ainda nesta sessão pública do executivo municipal, os dois representantes socialistas avançaram com a proposta de melhoria da estrada municipal que liga a Ponte Pedrinha na freguesia do Tortosendo ao Ferro e Peraboa. Na óptica de Serra dos Reis, esta via encontra-se “em muito mau estado” e sendo esta uma ligação entre três freguesia, a intervenção de melhoria “ganha carácter prioritário”. Esta empreitada deve, segundo os socialistas, “alargar a estrada, colocar piso novo e arranjar as bermas e valetas”.
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