Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 349 de 2006-10-10 |
Manutenção do bloco de partos discutida na Assembleia da República
Todos os partidos com assento parlamentar aplaudiram, na passada semana, uma petição contra o encerramento da maternidade da Guarda. Fernando Cabral, deputado do PS, defende que cada distrito tenha, pelo menos, uma sala de partos. A extinguir-se a da Guarda, este seria o único distrito do País a ficar sem a valência.
> Notícias da CovilhãUma petição contra o encerramento da maternidade da Guarda mereceu na passada semana, o aplauso de todas as bancadas parlamentares, com o PS a lembrar que aquele é o único bloco de partos do distrito. "Achamos que cada distrito deve ter pelo menos uma sala de partos. Se ela acabar no Hospital Sousa Martins, a Guarda será o único distrito que não terá esse serviço", afirma o deputado socialista Fernando Cabral, que já foi Governador Civil daquela cidade.
Na sua intervenção, Fernando Cabral começou por lembrar que a motivação desta petição está relacionada com a decisão que o conselho de administração do Hospital Sousa Martins tomou em Março de 2004, "quando o Governo de Portugal era sustentado pelo PSD e pelo CDS-PP" e numa altura em que o hospital "andava sem rei nem roque". Já com o actual Governo em funções, continuou o deputado socialista, foi decidido que os Hospitais da Guarda, Castelo Branco e Cova da Beira se agrupavam no futuro centro hospitalar da Beira Interior e que no conjunto destes hospitais "os partos se concentrassem em um ou dois deles". "Perante estas circunstâncias, aguardamos com toda a serenidade o desenvolvimento deste processo", acrescenta Fernando Cabral, admitindo que "a título meramente pessoal" encara com "confiança" o desfecho.
Pelo PSD, a deputada Ana Manso centrou toda a sua intervenção nas decisões do actual Governo considerando que "encerrar a maternidade da Guarda era passar uma certidão de óbito a todo o Hospital que, pela certa, viraria a curto prazo um centro de saúde com internamento". "Encerrar a maternidade da Guarda era uma decisão injustificada (Ó). Encerrar a maternidade da Guarda era mais um grande passo para o despovoamento e a desertificação do Interior", salienta.
Opinião idêntica manifestaram PCP, Bloco de Esquerda e CDS-PP, com o deputado do BE João Semedo a considerar "inevitável" o fim do Hospital da Guarda se a maternidade encerrar. "Vai ser inevitável. Primeiro fecha o bloco de partos, depois os serviços de obstetrícia e ginecologia e finalmente os de medicina", disse.
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