Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 345 de 2006-09-12 |
Arqueologia do Sabugal em Museu
Em apenas dois meses, mais de 1600 pessoas visitaram a exposição permanente de arqueologia no Museu do Sabugal. A mostra já deu origem a um livro de banda desenhada que, num futuro próximo, será editado em francês.
> Notícias da CovilhãA exposição permanente de arqueologia do Museu do Sabugal foi visitada por cerca de mil e 600 pessoas em dois meses, assegura fonte da empresa municipal “Sabugal Mais”, responsável pela gestão do espaço. Os números de visitas desde a abertura da exposição, a 23 de Junho, não excederam as expectativas dos promotores. No entanto, a técnica superior de museologia Carla Augusto afirma-se satisfeita com os resultados, lembrando que nesta época do ano a cidade raiana "está fora dos circuitos turísticos habituais".
Quanto ao perfil dos visitantes, Carla Augusto adiantou que "40 por cento são residentes no concelho e 60 por cento estavam de visita ao Sabugal". "Destes 60 por cento, a maior parte tem ligações ao concelho, emigrantes e outros naturais que actualmente vivem nos grandes centros urbanos do País, embora seja frequente a presença de outros turistas portugueses e espanhóis", referiu.
A exposição permanente de arqueologia que está patente no Museu do Sabugal dá a conhecer os principais objectos arqueológicos - moedas, ferramentas, adornos, armas, loiças objectos sagrados, entre outros - que testemunham a evolução histórica das comunidades humanas da região que corresponde hoje ao concelho do Sabugal, desde o período da Pré-História até ao século XX.
"O visitante é condicionado pelo mobiliário e pela cenografia a percorrer as várias etapas, de forma gradual: a Pré-História, a Proto-História, a Época Romana, a Época Medieval e a Época Moderna", afirmou Marcos Osório, arqueólogo da Câmara do Sabugal e um dos mentores do projecto.
Com a mostra permanente, adiantou o arqueólogo, pretende-se "contar a história da presença humana nesta região, de forma contínua e homogénea, sem dar mais ênfase a determinados períodos cronológicos em detrimento de outros".
O visitante vai percorrendo a exposição "tal como se se tratasse da película de um filme", explicou o especialista, acrescentando que "os objectos do passado passam ao olhar do visitante de forma evolutiva e irreversível".
"A qualidade deste novo espaço museológico converte-o num dos melhores exemplos da região da Beira Interior em termos de preservação e exposição do património histórico e arqueológico, tornando-se, da mesma forma, num dos locais mais dignos e de maior valia turística e pedagógica para a cidade do Sabugal", admitiu.
Para além do espólio pertencente à autarquia, proveniente de escavações e prospecções realizadas no concelho nos últimos dez anos, o museu - instalado no edifício do auditório municipal - exibe muito património que estava na posse de particulares.
Como complemento da exposição, foi lançado um livro de banda desenhada intitulado “Sabugal - peripécias históricas da gente do Alto Côa”, da autoria de Marcos Osório e do designer Manuel Morgado. "A banda desenhada passa a ser, em si mesma, um complemento à própria exposição dos objectos arqueológicos, explicando muitas vezes a função e a utilização de muitos dos artefactos ali expostos", observa Marcos Osório. A Câmara Municipal do Sabugal tenciona publicar uma versão do livro em francês, uma vez que o concelho possui muitos naturais que estão a residir naquele país europeu.
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