Franceses voltam a invadir Aldeia Histórica

O cerco à vila, durante a terceira Invasão Francesa, foi recreado no último fim-de-semana nesta Aldeia Histórica. Foram cerca de 200 figurantes que participaram na iniciativa promovida pela Câmara e Associação Napoleónica Portuguesa.

Duzentos anos depois da guerra, portugueses e franceses voltaram a “combater” no último fim-de-semana em Almeida, com a recriação do cerco da vila durante a terceira Invasão Francesa, uma batalha a fingir, com 200 figurantes.
Organizada pela Câmara local e Associação Napoleónica Portuguesa, a iniciativa integrou-se nas comemorações do bicentenário da Guerra Peninsular, recriando na Fortaleza os momentos-chave do cerco, que acabou com a capitulação de Almeida devido à explosão do paiol.
“Poucas localidades em Portugal foram tão martirizadas como a Praça e vila de Almeida, talvez pela sua implantação geográfica se encontrar na confluência dos eixos estratégicos que ligam o País à restante Europa", afirma à Agência Lusa o historiador e investigador natural de Almeida, Augusto Moutinho Borges.
Segundo o historiador, uma das investidas “mais funestas” foi, de facto, a chamada terceira Invasão Francesa, em 1810, que martirizou a vila fronteiriça. Moutinho Borges lembra ainda que “em 1810 a Praça de Almeida foi dotada de um conjunto bélico, quer de homens, quer de armamento e víveres que tinham por objectivo suster, o mais possível as hostes napoleónicas”.
“Estava pronta para resistir mas, inexplicavelmente, o paiol, localizado no recinto do castelo medieval, explodiu, matando militares e civis, desnorteando os comandantes pela confusão e estado em que ficou a fortaleza", refere o historiador.
Tendo em conta as consequências resultantes do cerco da “vila mártir”, o historiador propõe às entidades locais a colocação de um “obelisco comemorativo onde se escrevessem a ouro” os principais momentos dos combates. Seria uma forma de destacar “o importante papel que a Praça teve no contexto militar de Portugal, com evidência na acção real no período das Invasões Francesas”, opina. A vila de Almeida está integrada no Programa das Aldeias Históricas de Portugal, lançado quando o actual Presidente da República, Cavaco Silva, esteve no Governo.