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A preocupação entre os lojistas da Covilhã é constante porque vêem cada vez mais perto a possibilidade de fechar as portas

Lojistas preocupados com futuro do comércio tradicional

As lojas do centro da cidade, o chamado Coração Comercial, têm vindo a diminuir em número e em clientes. A maioria dos lojistas atribui a culpa à abertura do Serra Shopping, que atraiu muitas pessoas

> Notícias da Covilhã

O comércio tradicional no último ano tem vindo a diminuir. Neste momento existe um total de 36 lojas que fecharam as portas. As lojas que ainda permanecem, embora com pouca procura das pessoas, não acreditam que a situação possa melhorar. “Não há esperança para os próximos quatro ou cinco anos, que esta situação mude” diz o proprietário de uma sapataria da cidade. Este ainda lamenta que as vendas da sua loja tenham baixado em mais de 80 por cento.
O negócio de roupa e de sapatos é o mais afectado por esta situação. As livrarias e papelarias estão à espera do início da compra de livros escolares para proceder a avaliação de clientela. Embora as papelarias tenham visto a procura dos materiais escolares a diminuir devido ao facto das grandes superfícies, como os hipermercados, também procederem à venda de material escolar, esperam que este ano a procura seja maior.
“A abertura do Serra Shopping levou as pessoas lá para baixo” reclamam os lojistas. A abertura do novo centro comercial contribuiu para esta situação, mas os lojistas também apontam a questão do nosso País estar a atravessar “uma crise económica que parece aumentar cada dia que passa”, referem.
A Associação Empresarial da Covilhã, Belmonte e Penamacor (AECBP) acha que é necessário chamar à atenção de todos os covilhanenses para este problema que a Cidade enfrenta. Para a Associação a responsabilidade é da população em geral, que diz que é necessário revitalizar o centro, mas para isso é preciso existir uma articulação de interesses.
A inexistência de parques de estacionamento gratuitos, no centro da cidade, é outra razão que os lojistas consideram para o agravamento do comércio. Na opinião de uma proprietária de uma loja “a Câmara devia ter em atenção a construção de parques de estacionamento gratuitos. Só assim a cidade voltará a ter um maior fluxo de pessoas”, o que, na sua opinião, pode contribuir para um maior consumo.
A AECBP acredita que é fundamental a criação de estacionamentos de superfície mas refere que a população tem de entender que o pagamento destes é necessário.
Outra posição é tomada por alguns comerciantes que defendem que a passagem do Hospital para a zona sul da Covilhã “roubou” muitos clientes às suas lojas. Reforçam a ideia que o comércio começou a decair devido à mudança do Hospital, “deu-se o início da decadência do comércio”, refere um lojista.

> pedronu @ hotmail . com em 2006-08-09 00:44:01
O futuro do centro da cidade não depende de acções de cosmética mas de acções profundas que levarão anos a dar frutos; isto porque a degradação também ela já leva alguns anos e a abertura de um novo centro comercial apenas se limitou a acentuar o problema. Assim, em primeiro lugar, tem que se parar com a expansão desordenada da cidade na zona baixa e abandonar ideias megalómanas, como a de urbanizar a zona do actual aeródromo (se um novo vier a ser feito!);nesta cidade a pressa é tanta que por vezes até se passam licenças de construção ao Domingo!...O que é necessário é recuperar condignamente as casas da zona histórica,(e não apenas as fachadas!), fazendo com que esta volte a ser habitada por mais pessoas novas e com poder de compra, isto é, com capacidade de dar movimento às lojas do centro! Neste momento, essa zona da cidade é habitada apenas por idosos com pensões de miséria que não têm capacidade de compra para fazer movimentar o comércio!Se esta tendência de abandono da zona antiga não for contrariada não há medida que valha aos comerciantes! Em segundo lugar é necessário parar com a deslocalização de serviços para a zona baixa da cidade; é claro que no passado existiam demasiados serviços concentrados no centro da cidade e que era inevitável ( e até saudável!) que muitos deles fossem transferidos para a zona nova da cidade! Mas, neste momento, está-se a atingir o extremo oposto! Era fundamental que a câmara utilizasse a sua influência para conseguir a abertura, por exemplo, de uma "loja do cidadão" no centro da cidade, visto que este tipo de estruturas atraem muitas pessoas e acabariam por beneficiar o comércio em redor! Outra medida emblemática, seria a de desistir da megalomania de fazer um "Centro de artes" na zona baixa da cidade e apostar na total reabilitação e recuperação do Teatro-cine (veja-se o exemplo notável da recuperação, no centro de Aveiro, do Teatro Aveirense). A recuperação do Teatro-cine, apoiada numa política cultural de qualidade e consistente, para além de outras vantagens para a cidade, iria pelo menos ajudar a atrair mais pessoas ao centro da cidade. Em terceiro lugar, os comerciantes de rua têm que funcionar em regime de "condomínio colectivo", ou seja, como se eles próprios fossem um centro comercial, o que implica que é absolutamente indispensável que existam no centro da cidade as chamadas "lojas âncora", isto é, aquelas que atraem muitos consumidores. O "Serra Shopping", como qualquer centro comercial bem gerido, não abriu as portas, sem garantir a presença de marcas como a "Worten", "Continente", "Salsa", "Pull & Bear" , etc, que atraem muita clientela ao centro, beneficiando todos os lojistas aí presentes! Deste modo, o melhor que poderia acontecer no centro da cidade seria a abertura de lojas como a "Zara", "Massimo Dutti" ou a "Mango", só para dar alguns exemplos, as quais iriam atrair vários consumidores, inclusive de cidades vizinhas, acabando por beneficiar outras lojas! É isto o que acontece em Braga, por exemplo, onde apesar da existência de vários centros comerciais, possui várias destas marcas presentes em lojas de rua o que garante um movimento que a todos beneficia! Bem sei que estas lojas não "caem do céu", mas muitas delas funcionam em regimne de "Franchising" e os comerciantes locais têm que arriscar, ser corajosos e perceber as actuais tendências de consumo (as quais privilegiam estas marcas) e que tão cedo não vão mudar! De igual modo, é bem conhecido que, pelo menos ao fim-de-semana, muitos portugueses têm o hábito de fazer quilómetros à procura de um bom restaurante; este tipo de turismo está em crescendo e existem numerosos espaços na televisão e em jornais de referência que divlugam e publicitam os bons restaurantes! A abertura de um ou dois restaurantes de qualidade no centro da cidade serviria também para atrair muita gente ao centro da cidade!Se as pessoas vão de propósito a aldeias como João Bragal ou à Carrapichana, com certeza que mais facilmente viriam à Covilhã se aqui existissem restaurantes de qualidade! Por último, os comerciantes do centro da cidade têm que assumir os seus próprios erros e os "tiros" que foram dando nos pés! A maioria não se soube modernizar, nem cativar os clientes e desde há muitos, muitos anos, que boa parte dos covilhanenses, nomeadamente os das classes média-alta e alta, se habituaram a fazer compras noutras cidades...por isso, a construção do silo não veio resolver nada e não é pelo preço do estacionamento; é sim, porque as pessoas preferem gastar mais dinheiro em gasolina e ir a outras cidades onde encontram o que aqui não têm!Por isso, nem que o estacionamento fosse gratuito, nem que se pudesse estacionar "dento das lojas", eles regressariam! Os comerciantes têm pois que investir e modernizar-se e sobretudo apostar no "franchise" de marcas que são hoje líderes de mercado em Portugal...é aí que está o futuro! Já agora, um último reparo: a Covilhã deve ser a única cidade do mundo onde os comerciantes recusaram o fecho de uma rua ao trânsito automóvel para seu próprio benefício! Pedro Santos


A preocupação entre os lojistas da Covilhã é constante porque vêem cada vez mais perto a possibilidade de fechar as portas
A preocupação entre os lojistas da Covilhã é constante porque vêem cada vez mais perto a possibilidade de fechar as portas


Data de publicação: 2006-08-08 00:00:27
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