Bombeiros recebem equipamento de protecção individual

O Governo entrega material que permite aumentar a segurança dos bombeiros. Alzira Serrasqueiro, governador civil albicastrense, diz que acabou o tempo em que os voluntários combatiam fogos em tronco nú

Os comandantes de 12 corporações de bombeiros do distrito de Castelo Branco, receberam na terça-feira, 18, no Centro distrital de Operações de Socorro, equipamentos de protecção individual, destinados à totalidade dos bombeiros que integram o Dispositivo de Combate a Incêndios Florestais do ano de 2006.
A decisão de proceder à aquisição destes equipamentos resultou do propósito de actualizar e modernizar os meios de protecção individual ao dispor dos bombeiros, dotando-os dos meios tecnicamente mais adequados à luz das normas internacionalmente estabelecidas, para garantir a respectiva protecção e segurança nas difíceis tarefas de intervenção no combate aos incêndios florestais. Cada equipamento inclui calças, coletes, botas, luvas e protecções para a cabeça, sendo todas as peças feitas em tecido especial para resistir ao fogo e altas temperaturas. Cada conunto inclui ainda um capacete e uma tela de abrigo contra o fogo.
A cerimónia de entrega dos equipamentos foi presidida pelo secretário de Estado da Administração Interna, Ascenso Simões.
O governante lembrou o esforço levado a cabo pelo Governo, no sentido de apetrechar os corpos de bombeiros com equipamento de protecção individual. “Nos últimos anos tem havido muitos acidentados em ocorrências, pelo que não podemos defender as pessoas, se não nos encontrarmos preparados para as defender. Este equipamentos vão permitir aumentar a segurança dos bombeiros e dos próprios cidadãos”.
Para o governante, este investimento nacional de mais de sete milhões de euros, repartido por todos os governos civis, é muito relevante e importante, para podermos “aumentar o moral, a capacidade de intervenção e a dignificação dos bombeiros de cada um dos distritos”.
Por seu turno, a governadora civil do distrito de Castelo Branco, Alzira Serrasqueiro, congratulou-se com a entrega deste equipamento aos soldados da paz. “Este material permite aos bombeiros melhores condições de segurança, em que certamente vão estar nos incêndios com outra confiança e outras condições, pelo que a partir de hoje despero que no distrito deixemos de ver bombeiros a combater incêndios florestrais, em t-shirt’s ou em tronco nú. Estão reunidas todas as condições para que os bombeiros combatam os fogos devidamente protegidos”.

Viaturas mal distribuídas no País

Ascenso Simões aproveitou o dia para visitar o Centro de Meios Aéreos das Moitas, em Proença-a- Nova, onde assistiu a uma demonstração de operações articuladas de combate a fogos com meios aéreos e terrestres e recurso a tecnologia GPS (navegação por satélite). No local, foram ainda celebrados três protocolos entre o Estado e entidades regionais.
Com o Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) foi acordada a utilização de residências para alojar bombeiros deslocados durante o combate a incêndios. Foi ainda assinado um protocolo para utilização dos dados das estações meteorológicas da Scutvias, concessionária da auto-estrada da Beira Interior (A23) e outro para acções de vigilância prestadas pelo Aeroclube de Castelo Branco.
Questionado sobre a falta de viaturas nalgumas corporações, o secretário de Estado da Administração Interna esclareceu que vão ser definidas "novas regras para aquisição de equipamentos ao nível dos territórios distritais". As regras e o reequipamento das corporações vão depender "de uma análise que está em curso à escala nacional" e cujas conclusões devem ser apresentadas até final do ano. "Nós temos mais de nove mil viaturas de bombeiros em Portugal. Não estão é muito bem distribuídas. Precisamos de saber onde estão e que capacidade operacional têm para fazer um mapa adequado", sublinha.
Segundo Ascenso Simões, a análise está a ser feita em conjunto com outras entidades, como a Associação Nacional de Município Portugueses (ANMP), a Associação Nacional de Freguesias e Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais. O estudo "engloba também as necessidades relativas a instalações e financiamento das associações humanitárias que suportam as corporações de bombeiros", conclui.