Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 339 de 2006-08-01 |
A associação ambientalista Quercus apresentou na passada semana, em Castelo Branco, um estudo que defende a criação, na cidade, de um circuito de recolha e transformação de óleos alimentares usados, em biocombustível.
Segundo o estudo, são vendidos anualmente em Castelo Branco cerca de 795 mil litros de óleos alimentares. "Estimamos que a grande maioria, perto de 747 mil litros, sejam incorrectamente deitados para o esgoto", refere Samuel Infante, dirigente da Quercus na cidade.
O estudo baseia-se num inquérito a 109 estabelecimentos comerciais, nos últimos dois meses. "Concluímos que os restaurantes e similares consomem 54 mil 810 litros por ano", pelo que, segundo o estudo, "a larga maioria do consumo (741 mil litro) é doméstico, numa cidade onde não existe um circuito de recolha de óleos junto da população". Os óleos que não são reciclados acabam por poluir os cursos de água e causam problemas nas Estações de Tratamento de Águas Residuais.
"Tivemos uma boa surpresa no sector da restauração: só 12 por cento dos estabelecimentos não trabalham com empresas de recolha de óleos alimentares", o que corresponde a apenas seis mil litros incorrectamente eliminados, disse o ambientalista.
O estudo agora apresentado foi entregue a uma representante dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Castelo Branco para análise e mostra ainda que a totalidade dos inquiridos está disposto a colaborar na valorização dos óleos alimentares usados. "Este estudo é o nosso contributo", refere.
Segundo o trabalho, actualmente há três empresas que recolhem os óleos nos restaurantes e similares da cidade, "mas com algumas deficiências e, além disso, são transformados fora da região". "Sugerimos que seja criado um novo circuito e que inclua também o sector doméstico, com recolhas porta-a-porta, em ruas, escolas ou outros locais", exemplifica. "Esse é um estudo da autarquia, em que estamos dispostos a colaborar", refere Samuel Infante.
Com a construção de uma estação de transformação, "o biocombustível podia ser usado, por exemplo, na frota do município", sublinha. O estudo não revela, no entanto, orçamentos para a instalação de uma estação daquele tipo.
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