Paradoxos comunicacionais

Olhar para algumas das mais importantes teses sobre a comunicação foi uma dos objectivos da dissertação de mestrado apresentada ontem, 17 de Julho na UBI.

Falar sobre todos os fenómenos relacionados com o simples acto de comunicar torna-se, por vezes, bastante complexo. A dissertação de mestrado em Ciências da Comunicação apresentada por Susana Morais, na passada segunda-feira, 17 de Julho, na UBI dá algumas pistas para alcançar esta meta.
Um estudo intitulado “Comunicação e Estranheza: contingências da intersubjectividade” olha para a comunicação “como um fenómeno problemático”, explica a autora da tese. Neste seu trabalho, Susana Morais estudou vários autores de renome e recolheu as principais filosofias para basear o seu trabalho. Uma análise profunda aos paradoxos que a comunicação tantas vezes impõe aos seus intervenientes. Um dos pontos de destaque deste trabalho vai para o conceito de identidade “que não é obrigatoriamente o resultado da emergência, do aparecimento do outro”.
Entre outras problemáticas, a autora desta tese de mestrado aborda o princípio da comunicação e da estranheza. “Até que ponto um simples olhar” não pode já ser considerado comunicação, questiona Susana Morais. Para encontrar resposta a esta e outras questões, a autora do estudo apoiou-se em várias correntes e em diferentes filósofos. Um outro destaque vai para a importância dos papéis dos intervenientes, quer na reciprocidade, quer na igualdade de posições quando se estabelece uma comunicação.
O júri das provas, que classificou esta tese com Muito Bom, foi composto por António Carreto Fidalgo, professor catedrático da Universidade da Beira Interior, João Carlos Ferreira Correia, professor auxiliar da Universidade da Beira Interior e Maria João Silveirinha, professora auxiliar da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.