Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 336 de 2006-07-11 |
Grande ETAR no próximo ano
O lançamento da primeira pedra da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) da Covilhã marca o arranque das obras da infra-estrutura. A freguesia da Boidobra acolhe assim a primeira grande ETAR do concelho.
> Eduardo AlvesEm Março de 2007, o Rio Zêzere vai deixar de receber as águas residuais provenientes da cidade da Covilhã. A primeira de duas grandes ETAR’s a serem construídas no concelho vai tratar os esgotos de grande parte do município. Junto ao santuário da Senhora da Estrela, a Águas da Serra (ADS) vai construir um vasto complexo de tanques, supressores e purificadores onde se vão tratar os resíduos provenientes da Covilhã, Teixoso, Canhoso, Cantar Galo, Vila do Carvalho, Boidobra e Tortosendo.
A primeira pedra desta estrutura foi lançada no passado sábado, 8 de Julho, numa cerimónia simbólica onde foi também apresentado todo o projecto da ADS, que detém desde o passado dia 25 de Abril, a concessão da exploração e gestão dos serviços públicos municipalizados de saneamento em alta do concelho da Covilhã.
A esta nova estação vai seguir-se uma segunda grande ETAR que será construída na freguesia de Unhais da Serra. O investimento total do consórcio ADS, liderado pela construtora Somague, ronda os 19 milhões de euros, a serem empregues ao longo dos 30 anos da concessão. Nos primeiros dois anos vão ser gastos 14 milhões, a construir estas duas grandes estações de tratamento e a recuperar 17. Ao todo, a ADS vai explorar 32 sistemas de tratamento de águas residuais, como explicou Sophie Pinto Coelho, da ADS. Esta responsável adianta que todo o complexo que vai nascer agora junto ao Santuário da Senhora da Estrela “não se vai parecer com uma ETAR”, mas antes como um edifício fabril. Toda a estrutura foi desenhada “para minimizar os impactos ambientais”.
José Pinto, presidente da Junta de Freguesia da Boidobra mostra-se, ainda assim, algo reticente. Este autarca convive há vários anos com o funcionamento da actual ETAR da Covilhã, a cerca de algumas dezenas de metros onde vai ser agora construída a nova estrutura. As queixas dos maus cheiros e da poluição ambiental provocados pela actual estação de tratamento “são muitas” e por isso, José Pinto fica “à espera para ver”. Outra das preocupações demonstradas pelo presidente da junta vai para a localização da grande ETAR. José Pinto explica que “neste local existem dezenas de cegonhas que podem ser perturbadas com a ETAR”.
Quem parece demonstrar total confiança neste novo projecto é o presidente da Câmara da Covilhã. Carlos Pinto sublinha “o papel exemplar” que o município serrano vai dar, tornando-se o primeiro “a lançar para o Zêzere apenas água tratada”. Na cerimónia de apresentação da grande ETAR o edil social-democrata deixou ainda alguns recados aos responsáveis pelas Águas do Zêzere e Côa (AZC). Pinto alertou para o facto da Covilhã ter resolvido “sozinha” o problema das águas residuais. Isto porque, “se tivesse aderido a outro sistema ainda hoje não tinha ETAR’s”.
Esta estação vai agora ser apoiada por três estações elevatórias, na Ponte Pedrinha (Tortosendo), junto à Ponte de Álvares (Covilhã) e na Senhora da Estrela (Boidobra), as quais vão ficar ligadas por mais de 20 quilómetros de tubagens. As obras de construção destas condutas vão arrancar dentro em breve.
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