GNR dá-se a conhecer a alunos do concelho

Cerca de 850 jovens participaram na iniciativa “Crescer em Segurança”, que teve como bjectivo “proporcionar-lhes um dia diferente”, afastar o “mito do guarda-papão” e mostrar as muitas valências desta força de segurança

“O meu irmão também tem um Mitsubishi, mas não é assim como este”, diz Diogo, de 9 anos, enquanto explora, entusiasmado, as potencialidades de um carro descaracterizado da Brigada de Trânsito (BT). O guarda responsável, Luís Prata, vai alertando para alguns cuidados a ter na estrada e as funções do equipamento, mas Diogo, e os colegas da mesma idade, estão mais preocupados em fazer soar a sua voz no sistema sonoro do carro ou ver a imagem uns dos ouros, captada pela câmara junto ao retrovisor, projectada no monitor do interior.
Os mais velhos já têm outros interesses. Vêem a mecânica, o interior do carro preto metalizado com mais atenção. Mas é uns metros ao lado que mais se entusiasmam. O Grupo de Montanha da Guarda Nacional Republicana (GNR) é a zona mais concorrida. É aqui que podem andar em cordas tirolesas, fazer slide, rappel e ver todo o equipamento usado. Todos querem experimentar, embora nem todos tenham peso ou altura suficientes para usar o equipamento disponibilizado por esta brigada especial, o que decepciona alguns.
Mas o contacto e entusiasmo manifestados deixa o cabo da GNR Carlos Amoroso satisfeito. Responsável pelo projecto Escola Segura da GNR da Covilhã, diz que o objectivo da iniciativa foi fazer a aproximação das crianças ao guarda, “para acabar com o mito do guarda-papão”, e “mostrar-lhes que a GNR é muito mais que a patrulha de jipe”.
Nesse sentido, trouxeram as várias valências desta força policial até ao seminário do Verbo Divino, onde reuniram 850 crianças do Agrupamento de Escolas do Tortosendo na manhã da última quinta-feira, 22. “Quisemos proporcionar-lhes um dia diferente”, sublinha Carlos Amoroso. Do pré-escolar ao nono ano, as idades situavam-se entre os 3 e os 15 anos. E a focalização do interesse também variava em função da idade.
Paciente, Carlos Oliveira vai passando o microfone da viatura com as cores da BT de mão em mão. Já tem duas crianças ao colo, mas os restantes, ruidosos, acotovelem-se para entrar também dentro do carro. Mais ao lado Ana Margarida, de Cortes do Meio, enche o peito de ar para fazer o teste de despistagem de álcool. Os mais atentos tentam seguir a explicação do guarda.