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Trabalho duro nas escolas

> António Fidalgo

O artigo vem no New York Times, versão online, de 27 de Junho de 2006 e é da autoria de Nicholas D. Kristof e tem como título “Medicina chinesa para as escolas americanas”. Qual é essa medicina? Trabalho duro. Nas escolas chinesas os alunos estudam literalmente de manhã à noite, sem tempo para ver televisão e revendo nas “férias” do Verão as matérias leccionadas ao longo do ano lectivo de forma a não ter de reaprender tudo em Setembro.
A China educa 20% da população estudantil mundial com 2% dos recursos mundialmente destinados à educação. Há um currículo rigoroso de estudo em matemática e em ciências, imposto pelo governo. Todos os estudantes do secundário estudam biologia aprofundada e análise matemática, enquanto nos Estados Unidos apenas 13% dos alunos do secundário estudam análise e 18% biologia aprofundada.
O segredo ou a explicação da coisa, segundo Nicholas Kristof, é simples: os estudantes chineses têm muito mais horas de estudo, dentro e fora da escola, do que os seus colegas americanos; em média estudam o dobro. Alunos do 9º ano, de 15 anos, passam o dia inteiro a estudar. Aponta o caso de uma aluna, cujo pai lhe permite ver 10 minutos de televisão ao fim da tarde, nas férias de verão.
O governo chinês leva a educação a peito, mas muito mais a levam as famílias e os jovens estudantes chineses. É que esse é o meio para singrar na vida. A televisão é uma perda de tempo, e os jovens têm é de trabalhar arduamente na escola. Na América é diferente, em média as crianças americanas passam 900 horas por ano na escola e 1023 em frente ao televisor.
Em Portugal preocupamo-nos com a concorrência chinesa em produtos industriais, sobretudo no têxtil. Falamos das condições de trabalho em que muitos dos produtos chineses são fabricados. Porém, muito mais preocupante do que isso é a preparação escolar, árdua que os estudantes chineses têm e os estudantes portugueses não têm.
Mas não é preciso ir à China de hoje para ver que as políticas educacionais que vingaram no Ocidente, do aprender a brincar e sem esforço, nos conduziram ao descalabro no ensino. Um estudante universitário hoje em Portugal dá erros ortográficos, inadmissíveis num aluno da 4ª classe há quatro décadas atrás. E fala-se agora em Portugal – ministerialmente!! – em acabar com os trabalhos de casa. Deus nos ajude a entender.

> leitao_castanheira @ hotmail . com em 2006-07-02 21:53:40
Deus nos ajude...concordo!


Data de publicação: 2006-06-27 09:46:12
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