Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 334 de 2006-06-27 |
Ana Hormigo sonha com Pequim 2008
Agraciada recentemente com a Medalha de Ouro da Cidade de Castelo Branco, Ana Hormigo é uma das judocas portuguesas que integra o projecto que a poderá levar aos Jogos Olímpicos de Pequim.
> Notícias da CovilhãAna Hormigo, judoca internacional da Academia de Judo Ginásio de Castelo Branco, lembra que tudo começou há 15 anos. “A modalidade do karaté, sinceramente não me agradou. Então decidi-me pelo judo, onde existe mais contacto, e projecções quanto ao adversário para conseguirmos derrotá-lo, imobilizando-o e fazendo técnicas no chão”. O primeiro título da judoca albicastrense, foi alcançado em Lisboa, tendo sido campeã nacional de Juvenis. “Lembro-me que já tinha feito uns torneios na nossa região, e na altura decidi ir ao campeonato nacional que se disputava em Lisboa, e facilmente consegui o meu primeiro título”.
O judo, para ela, não é uma modalidade violenta. “Por ser uma arte marcial, não significa que seja violenta, porque essencialmente o atleta tem que saber cair no chão, para evitar que lhe aconteça alguma lesão. Quando nos inciamos nesta modalidade, aprendemos primeiro tudo em relação às quedas, e posteriormente treinamos sobre as projecções, que são factores essenciais”.
Integrada no Projecto Olímpico Pequim 2008, desde Outubro de 2005, a atleta internacional lembra que a sua integração, tem “sido difícil” relativamente ao anterior Projecto Atenas 2004. “Aqui foi mais fácil. Só que após os Jogos Olímpicos de Atenas o projecto foi reformulado pelo Comité Olimpico, e agora torna-se mais difícil o projecto em que estou integrada”.
Para se manter em boa forma, Ana Hormigo, tem treinado afincadamente, como explica. “Tenho tido treinos bi-diários, embora presentemente esteja num período de férias. Normalmente os meus treinos começam logo pela manhã, com preparação física e treino de musculação. À noite dou início a um treino mais específico, à base de judo”.
Reconhecida a nível nacional e internacional, como uma atleta de enorme prestigio na modalidade, a judoca nunca esquece os momentos mais felizes quando atinge o pódio. “É uma sensação extraordinária quando se atinge um pódio, seja ele em Portugal ou no estrangeiro. É sempre um orgulho e uma emoção muito grande. Tenho vários títulos que gostei de conquistar, mas tive um gosto muito especial em ter participado na final da Taça do Mundo, apesar de não ter vencido”.
Castelo Branco, sua terra natal, não esqueceu quem tanto tem prestigiado a cidade e o país. Prova disso, foi a recente atribuição da Medalha de Ouro da Cidade, entregue a Ana Hormigo. “Foi um dia muito especial para mim. Com tantos títulos e integrando outro projecto olímpico, ser reconhecida pela cidade onde nasci foi uma honra. Presentemente tenho o apoio da Câmara Municipal, porque apesar de ser um desporto amador, tenho encargos financeiros”.
Passando a maior parte do seu tempo no estrangeiro, a atleta albicastrense, que possui o bacharelato em Tradução e Relações Internacionais, lembra que por vezes não é fácil esta ausência. “Conto pelos dedos os dias em que estou em Castelo Branco, já que tenho que conciliar o meu trabalho com o desporto, sendo bastante complicado estar longe”.
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