Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 333 de 2006-06-20 |
A universidade está em tempo de frequências, a que se seguirá o tempo de exames, está, em suma, em tempo de avaliação. Segundo a Bíblia, há um tempo para tudo, um tempo diferente para coisas diferentes, mesmo quando intrinsecamente relacionadas, semear e colher, trabalhar e festejar, nascer e morrer. O tempo de avaliação, de frequências e exames, é um tempo diferente do tempo normal de aulas. É com certeza também um tempo de aprendizagem, eventualmente até o tempo em que os estudantes mais estudam e mais aprendem, mas é um tempo em que há uma retrospectiva valorativa do que se fez ao longo do semestre.
É uma parte essencial da formação dos alunos o tempo de avaliação. Não basta assistirem e participarem nas aulas, fazer trabalhos práticos e teóricos ao longo do semestre. É preciso que haja um momento discreto de avaliação de conjunto. Na vida de cada um e das sociedades há momentos de balanço, de retrospectiva e de exame, e é isso que os alunos têm de integrar e de assimilar nas suas vidas.
A utopia de banir os exames, de reduzir a vida estudantil apenas a um único período, a que se chamaria de ensino e de avaliação contínua, oblitera um aspecto importante: o de aprender a fazer o balanço de uma actividade. Com efeito, toda a acção humana caracteriza-se por ter uma finalidade. Quem faz alguma coisa, e a faz racionalmente, fá-la em ordem a um fim. E o mesmo se passa com o ensino e o estudo. Trata-se então de saber se o fim foi atingido mediante frequências e exames. É uma dimensão crucial e indispensável da formação escolar, a todos os níveis, e, portanto, dimensão que importa contemplar e dar o devido valor.
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