Descodificar “O Código Da Vinci”

John Pallister, assessor do Grupo Bíblico Universitário, veio à UBI com o objectivo de clarificar o que está escondido no Código Da Vinci e promover o debate sobre a busca da verdade e as suas consequências na vida espiritual.

Sob o mote "Verdade ou consequência? Fé, História e o Código Da Vinci" realizou-se no passado 8 de Junho, no Anfiteatro da Biblioteca, uma palestra que pretendia analisar o fenómeno de popularidade do livro "O Código Da Vinci", de Dan Brown, e perceber qual a busca espiritual que está por trás do livro e do filme.
A palestra esteve a cargo de John Pallister, licenciado em Filosofia pela Universidade de Coimbra e Assessor do Grupo Bíblico Universitário (G.B.U.).
O Grupo Bíblico Universitário é um grupo multicultural, que já existe em Portugal há 30 anos, e que procura estudar e divulgar questões sobre a Bíblia.
John Pallister começou por tentar explicar o segredo do sucesso da obra, o qual se deve, em sua opinião, "ao clima de suspense que envolve todo o livro, e à promessa de revelação de uma verdade escondida durante séculos".
Em seguida Pallister avança com uma série de imprecisões históricas, presentes no romance, fazendo uma crítica ao livro. "Como teoria da conspiração tem criatividade, mas está cheio de imprecisões históricas. Por exemplo, o cálice é um mito medieval, e o mito do Priorado de Sião nasceu de documentos forjados". E continua apontando críticas: "os pormenores podiam se mais verosímeis, mas como a maior parte das pessoas sabe pouco de história, são facilmente enganadas".
Segundo este entendido a intenção do autor é "suscitar o debate para que cada um descubra que a verdade é relativa, e busque uma espiritualidade à sua maneira". Cria-se assim uma "desconfiança em relação à autoridade", e enraíza-se o "cepticismo e a dúvida permanente", que para Pallister, "não é nada construtivo".
Para o orador o objectivo desta palestra é dar um contributo para o debate, e fazer com que as pessoas reflictam um pouco na sua experiência espiritual e no seu percurso de vida.
"Gostava que o livro fosse um ponto de partida para a busca da verdade, mas o mais provável é que as pessoas leiam o livro e fiquem por aí. O desafio está em reflectir e buscar o caminho da verdade", sugere Pallister.
Lenilda, estudante de Ciências da Comunicação, afirma que debates como este são muito importantes pois "ajudam a aumentar a fé e definir melhor a postura das pessoas em relação à religião"
O orador convidado para esta palestra pensa que o livro e o filme não irão abalar a fé de nenhum católico, pois "quando se chega ao fim vê-se que a dúvida permanece e que tudo é mera ficção, o único caminho continua a ser a verdade, que é Cristo".
Esmeraldo Baptista, moderador do debate, diz que um dos principais objectivos desta palestra foi o de "compreender porquê o fascínio pelo livro, mas também levar as pessoas a pensar por si próprias, para não se deixarem levar por este fenómeno de massas".