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Dulce Pinheiro do SPRC contesta as medidas do Governo

Professores da Covilhã aprovam moção contra o Governo

A sessão plenária da passada sexta-feira, 9, promovida pelo Sindicato de Professores da Região Centro (SPRC) serviu para aprovar uma moção de protesto ao Governo e preparar a manifestação do próximo dia 14.

> Eduardo Alves

Há um ódio bastante grande em relação aos professores”, começa por explicar Dulce Pinheiro. Esta dirigente do SPRC vive, nestes dias, uma das suas maiores revoltas “perante tamanhas injustiças”. As medidas que o Ministério da Educação tem vindo a implementar estão a incendiar a classe docente portuguesa. Pouco mais de duas dezenas de professores vindos, na sua grande maioria, do concelho da Covilhã, marcaram presença no plenário do SPRC. Uma acção sindical que levou à aprovação de uma moção contra o Governo. O documento ontem entregue no Governo Civil de Castelo Branco vai chegar no próximo dia 14 a Lisboa. Mais de 70 professores do distrito de Castelo Branco têm já presença garantida neste protesto nacional.
As greves e paralisações “que devem ocorrer nas escolas” servem para “mostrar à ministra o repúdio pela inqualificável campanha contra os professores e educadores portugueses”. A moção que vai ser levada até Lisboa aponta também o dedo “ao secretário de Estado que também tem vindo a denegrir a imagem social dos docentes”. No plenário que teve lugar no anfiteatro 8.1 da UBI ouviram-se várias vozes a contra a criação de categorias hierarquizadas, de quotas de avaliação e de outras medidas que “levam ao agravamento da precariedade de trabalho dos professores”. Todo um conjunto de questões complexas que a responsável sindical pretende agora ver resolvidas pelo poder central.
Para dia 14, o SPRC reservou já dois autocarros para levar cerca de 80 docentes a Lisboa. O período de contestação está agora ao rubro e Dulce Pinheiro mostra-se agradada com a adesão que os professores têm demonstrado para com as acções sindicais. Reflexos de um tempo “em que é visível o desrespeito total pela classe docente”.
De entre os 15 mil associados que o SPRC representa, “muitos estão connosco de forma activa”. Para a manifestação do próximo dia 14, preparam-se cartazes com palavras de ordem, e juntam-se forças para dar voz “aos desgostos desta classe profissional”. Professora há 25 anos, dirigente sindical há mais de 15, Dulce Pinheiro reconhece que “nunca houve um governo que atacasse tanto os docentes”. Para além das reivindicações que surgem nestas acções, relembram-se velhas lutas. Desta forma, “lutamos também por um lugar certo num trabalho digno”. A dirigente sindical exemplifica, a precariedade da docência com o seu caso pessoal. “Há 25 anos que dou aulas ao 1º ciclo e só há dois consegui uma vaga no quadro de escola”, conta. Uma colocação que lhe garante um lugar junto de casa, porque nos anos passados, “podia ficar em qualquer lugar da região”, desabafa.


Dulce Pinheiro do SPRC contesta as medidas do Governo
Dulce Pinheiro do SPRC contesta as medidas do Governo


Data de publicação: 2006-06-13 00:17:41
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