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Leonor Santos foi a vencedora do prémio D. Dinis 2006

Docente da UBI ganha Prémio D. Dinis

Ana Leonor Santos, assistente estagiária no Departamento de Comunicação e Artes da UBI, foi distinguida com o Prémio D. Dinis 2006. Um reconhecimento conseguido com a sua dissertação de mestrado realizada na área da Filosofia.

> Eduardo Alves

A tese de mestrado intitulada “Para uma ética do como se. Contingência e liberdade em Aristóteles e Kant”, da autoria de Ana Leonor Santos foi galardoada com o prémio D. Dinis 2006. Uma distinção anual atribuída a estudos de mestrado realizados nas áreas da Filosofia, das Ciências de Educação e da Agronomia.
Leonor Santos explica que teve conhecimento deste concurso por intermédio de José Manuel Santos, orientador da sua tese e docente na UBI, e também “através do professor André Barata”, já galardoado com a mesma distinção com uma tese de mestrado sobre Sartre. Este prémio foi instituído por Agostinho da Silva, “algo que lhe confere uma maior relevância”. Esta distinção vem dar “uma outra segurança” à autora do estudo que vai defender a tese no final do mês, na UBI. Leonor Santos aponta como outro aspecto positivo “o reforço curricular”.
O prémio D. Dinis 2006, patrocinado pelo Montepio Geral distingue uma tese no âmbito da ética. “Área de trabalho na qual me movo mais”, sublinha, Ana Leonor. A autora deste estudo explica que “é uma tese sobre a liberdade”. Mais exactamente, um estudo onde existe “uma tentativa de negar a existência da liberdade”. Para tal, esta docente no Departamento de Comunicação e Artes recorreu aos dois filósofos mais paradigmáticos neste campo, Aristóteles e Kant.
Ana Leonor é a primeira a assumir que se trata “de um estudo polémico, onde se defende a necessidade de existência da ética mesmo num mundo humano desprovido de liberdade”. Esta tese surge numa época em que “grande parte da sociedade e dos actores sociais acredita que vive em liberdade”, mas essa é uma condição “que não existe”. Daí que esta ética “do como se” vá no sentido de explicar que “normalmente se associa ética a liberdade, e considera-se necessária a existência de uma ética pelo facto dos seres humanos serem livres”. No contexto das liberdades, Ana Leonor Santos vem lançar uma pedrada no charco e agitar as águas da filosofia. A docente da UBI defende na tese agora premiada que “a ética faz falta em todas as situações, mesmo numa sociedade em que não se é livre”. O mesmo se aplica ao actual cenário social, “onde as pessoas não têm consciência de que não são livres”, e é neste palco social que “mesmos os deterministas convictos que não acreditam na liberdade, na prática, agem como se fossem livres”. Entre esta convicção de liberdade total ou de aprisionamento natural, “nós relacionamo-nos como se fossemos livres”. Desta forma, explica ainda a docente, “elogiamos, criticamos, criamos expectativas”. Uma das suas conclusões aponta para a importância da ética. Ana Leonor acrescenta que “a ética fará sempre falta enquanto nós nos relacionarmos uns com os outros como se fossemos homens livres, mesmo que, ontologicamente, ou seja, na nossa essência, não o sejamos”.
Este galardão atribui um prémio monetário de 2 mil e 500 euros aos três melhores trabalhos a que se destina. Ana Leonor Santos vai receber a distinção na área da Filosofia, num curso que decorre a nível nacional e é destinado a alunos de mestrado.


Leonor Santos foi a vencedora do prémio D. Dinis 2006
Leonor Santos foi a vencedora do prémio D. Dinis 2006


Data de publicação: 2006-06-13 00:16:35
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