Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 332 de 2006-06-13 |
Município vai reflorestar dois mil e 500 hectares
O município de Vila de Rei quer reflorestar com fundos comunitários dois mil e 500 hectares deste concelho do distrito de Castelo Branco cuja área ardeu 68 por cento nos últimos três anos, disse à Lusa a autarca local.
> Eduardo AlvesO plano, denominado "D. Dinis", passa pela reflorestação de uma faixa num vale sobranceiro ao alto da Milriça – onde se situa o Centro Geodésico de Portugal – com espécies diversas e infra-estruturas de apoio à prevenção e combate a incêndios. "É um plano inovador, mas necessita de financiamento. Se faltarem fundos comunitários será extremamente difícil de pôr em prática" afirma Irene Barata, presidente da autarquia de Vila de Rei. A autarca não indicou, no entanto, os valores envolvidos, sublinhando que o plano – realizado durante o último ano em colaboração com a Associação de Produtores Florestais de Vila de Rei – será apresentado publicamente em finais de Julho, por altura da realização da feira anual daquele município.
Vila de Rei integra, junto com Oleiros, Sertã, Proença-a-Nova e Mação (Santarém) a zona florestal conhecida como Pinhal Interior Sul, constituída, na sua totalidade, por propriedade privada e duramente atingida pelos incêndios, sobretudo os de 2003. Segundo as estatísticas da Direcção Geral de Recursos Florestais em Vila de Rei arderam há três anos 12 mil 665 hectares, cerca de 66 por cento da área total daquele município que se situa nos 19 mil 160 hectares. Em 2004 e 2005 os incêndios florestais em Vila de Rei queimaram 46 hectares, elevando o total dos últimos três anos para pouco mais de 13 mil hectares (68 por cento).
A zona de vale, onde o projecto será posto em prática, sobranceira à estrada que liga Vila de Rei à Sertã, coincide "com o percurso dos grandes incêndios no concelho" explicou fonte do Gabinete Técnico Florestal municipal. "Foi feita a identificação de todos os proprietários e áreas a reflorestar" disse a mesma fonte, frisando que se tratou de um processo moroso numa zona de terrenos florestais privados e onde predomina o minifúndio.
O projecto inclui a reflorestação com espécies variadas "para além do pinheiro bravo, nogueira e cerejeira", entre outras, "que tenham algum valor económico e proporcionem retorno" aos proprietários. Além da plantação de espécies "intercalares", a área de dois mil e 500 hectares será alvo de um processo de ordenamento que visa a vigilância, prevenção e combate a incêndios, incluindo caminhos, identificação e acesso a pontos de água e outras infra-estruturas.
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