Autarquia promove cursos de formação para combater desertificação

Fixar os jovens no concelho promovendo a formação profissional para garantir a sua empregabilidade é um dos principais objectivos da Câmara Municipal de Penamacor

A Câmara Municipal de Penamacor, na tentativa de fixar os jovens, tem procurado desenvolver junto do Centro de Formação Profissional de Castelo Branco, para que alguns cursos de formação possam ser leccionados no concelho, assim como a respectiva saída profissional, de acordo com as áreas em que certos sectores da actividade mantêm o seu desenvolvimento.
Neste âmbito estão a decorrer dois cursos de aprendizagem, com equivalência ao 12º ano, nas áreas de contabilidade e de técnicos de obra.
Ilídia Cruchinho, vereadora da cultura, explica que o curso de técnicos de obra vem ao encontro de uma área com “enorme expressão” no concelho, em que as próprias empresas têm necessidade de admitir técnicos mais qualificados. “Trata-se de um curso com várias saídas profissionais, em gabinetes de projectos, topografia, medições, orçamentos e encarregados de obra. Esperamos pois, que face à motivação dos 14 formandos, que estão a concluir o primeiro ano, dos três que fazem parte deste curso, possam vir a encontrar emprego no mercado de trabalho”.
Como nota curiosa, a turma deste curso é composta por sete raparigas e igual número de rapazes, facto que merece de Ilídia Cruchinho, a respectiva justificação. “Felizmente que a igualdade de profissões é um facto, o que nos apraz registar, já que qualquer pessoa independentemente do seu sexo, poderá vir a ser um óptimo profissional, desde que seja empenhado e responsável, e que goste daquilo que está fazer. Neste momento os jovens estão numa fase intercalada de teoria com estágio em empresas, situação que se vai acentuando com mais intensidade nos anos seguintes”.
Perante o sucesso deste curso, a autarca acredita que logo que concluído, se consigam atingir os objectivos principais. “Espero que no final possamos ter um grupo de jovens qualificados, no sentido de darem a sua colaboração às empresas de Penamacor. A aposta da autarquia é para que estes formandos possam ter na sua maioria, empregabilidade no concelho. No entanto não podemos considerar que todos eles ficarão aqui a trabalhar, mas é preciso lembrar que esta lacuna também existe noutros concelhos, pelo que esta é tambem uma luta da autarquia, para fixar os jovens na terra”.
Sempre a pensar em combater o fenómeno da desertificação, a Câmara Municipal, perspectiva outros cursos, cujas áreas vêm preencher algumas lacunas no concelho, como são o caso das energias renováveis, dado a aposta da autarquia na energia eólica e solar. “Trata-se de mais uma tentativa da autarquia, dado que a nível nacional, não existe praticamente nenhuma formação nestas áreas, pelo que seria bastante relevante, que conseguissemos ser pioneiros nestes cursos, pelo que vamos trabalhar nesse sentido”.
Salete Simões, engenheira civil, formadora na área da construção civil, manifesta a sua satisfação pela forma como tem decorrido o primeiro ano do curso de técnicos de obra. “Existe uma evolução bastante favorável por parte dos formandos. Embora no início demonstrassem um conhecimento reduzido nesta área, nomeadamente por parte das formandas, tenho notado que há um bom empenhamento nas aulas, e os alunos estão a gostar do curso, perguntando inclusive quais são as saídas profissionais, e sobretudo estão sempre precupados com as notas finais deste ano lectivo”.
Para a formadora, a empregabilidade é quase um dado adquirido. “Estou convicta que se os formandos continuarem a empenhar-se, vão seguramente ter sucesso nas empresas, até porque todos sabemos que o mercado da construção civil tem sempre saída”.
No que respeita a outros cursos que poderiam ser ministrados na área da construção civil, Salete Simões, aponta para as áreas das medições e orçamentos, como prioridade. “Tenho um gabinete de projectos, e vejo que temos muita dificuldade em conseguir arranjar pessoas qualificadas neste ramo, pelo que estes cursos são essenciais no ramo da construção civil”.