Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 331 de 2006-06-06 |
Envelhecimento da população agrava-se
O envelhecimento da população dos concelhos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Penamacor e Vila Velha de Ródão, tende a agravar-se, entre outros factores pelo aumento da esperança de vida
> Notícias da CovilhãA Adraces – Associação de Desenvolvimento da Raia Centro – Sul promoveu dias 26 e 27 de Maio, na Casa de Artes de Vila Velha de Ródão, um seminário internacional subordinado ao tema “O Envelhecimento das Populações Rurais e o Desenvolvimento dos Territórios”, que contou com a presença de inúmeros especialistas nacionais e estrangeiros e a apresentação de experiências vividas com idosos noutros locais do País e do estrangeiro.
Segundo José Joaquim Antunes, director da Segurança Social do distrito de Castelo Branco, o envelhecimento da população dos concelhos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Penamacor e Vila Velha de Ródão, tende a agravar-se, entre outros factores pelo “aumento da esperança de vida”. Refira-se que neste espaço considerado foram encontrados alguns dos idosos centenários de Portugal. Com efeito, em Castelo Branco há 2461 pessoas com mais de 80 anos e, em Idanha-a-Nova são 1040, em Penamacor 687 e em Vila Velha de Ródão são 315.
Para o director da Segurança Social, com esta realidade demográfica, a Raia foi-se tornando um “campo vazio” onde os “recursos da previdência” e os apoios sociais satisfazem necessidades da população, desde logo a de fornecer mínimos de rendimento a famílias empobrecidas, seja através das pensões e da rede de equipamentos de apoio à Terceira Idade, seja pelas novas medidas de política social para os mais desfavorecidos.
Sendo a Raia um espaço deprimido, rural e envelhecido, com média elevada de idosos isolados em famílias singulares, com grande dependência do sistema de pensões, “faz todo o sentido numa lógica de reforço da coesão social e territorial reclamar apoios públicos directos às famílias e aos idosos e às estruturas e serviços que deles cuidam”, afirmou o responsável, acrescentando que o desafio futuro “é olharmos a Raia como um espaço de finalidades múltiplas, ligadas ao que de melhor pode ter o território”, o ar puro, a amplitude dos espaços abertos, a biodiversidade, o turismo da natureza, a gastronima e o artesanato, a observação da fauna e da flora.
No tema “Os velhos e o banco da Praça”, a assistente social, Maria Inês Rodrigues, lembrou uma pesquisa que levou a cabo numa freguesia rural do Baixo Alentejo, em que “proporcionou-me a oportunidade de ver melhor, de observar e de perguntar aos mais velhos que estavam sentados no banco da praça – porquê o banco e não o centro de dia? Afinal por onde passa a inserção e a coesão sociais?”, questionou.
Para a assistente social, as instituições de apoio social contribuem para uma representação social da velhice associada à dependência, à incapacidade, à solidão, cuja assistência “obriga” a uma exclusão daqueles espaços onde a “singularidade que garante a continuidade biográfica de cada indivíduo se sobrepõe à nova identidade do ser velho”.
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