Dentro de algumas semanas docentes, alunos e funcionários que diariamente percorrem os corredores e utilizam os parques de estacionamento do Edifício das Engenharias vão estar a pisar uma das melhores 50 invenções do último ano, registada em termos planetários. Trata-se da aplicação produzida pela Wayenergy, a spin-off tecnológica liderada por Francisco Duarte e Filipe Casimiro. Dois mestres em Engenharia Electromecânica, pela Universidade da Beira Interior, que viram a sua empresa ser seleccionada para um restrito leque de entidades, onde só têm lugar as 50 mais promissoras entidades, em todo o mundo.
Os dois jovens alunos da academia que desenvolveram um mosaico produtor de energia, têm vindo a arrebatar diversos prémios de grande impacto. Ao adaptarem alguns sistemas piezo-eléctricos a uma plataforma específica, Filipe Casimiro e Francisco Duarte conseguem recolher energia suficiente, gerada através do movimento de pessoas, de automóveis ou de outros sistemas que movimentem as plataformas, energia essa que será posteriormente utilizada num qualquer sector. Com esta solução, os dois alunos da UBI conseguiram vencer o Prémio EDP/Inovação Richard Branson e também o MIT Inovação. Concursos que lhes renderam cerca de 150 mil euros, mas também um conjunto de empresas interessadas no seu trabalho.
As verbas conseguidas nestes desafios têm servido para capitalizar a empresa que agora apresenta já um leque mais vasto de soluções energéticas e apostar também no desenvolvimento destas inovações. Metas que têm sido desenvolvidas com o apoio da academia. Esta semana, os dois jovens ganharam ainda “mais energia” para o seu trabalho e negócio. Estão na lista das 50 mais promissoras empresas do mundo. O covilhanense Francisco Duarte descreve a importância deste “já por si, prémio internacional”. Os dois jovens engenheiros tiveram conhecimento deste concurso que escolhe a melhor spin-off do planeta e decidiram candidatar a Wayenergy. Acabaram por ser uma das três empresas europeias a integrar a lista das 50 finalistas, de onde será escolhida a vencedora. Para além das 39 empresas norte-americanas, e da portuguesa Wayenergy, está uma empresa italiana, outra sérvia, duas do continente africano e as restantes da Índia e de Israel. O aluno da UBI confessa que “chegar até este patamar é mesmo muito bom, num concurso onde estiveram já empresas como a Google e o Facebook”.
Enquanto o resultado de todas estas candidaturas não chega, os dois engenheiros dedicam-se à aplicação comercial das suas invenções, “algo que está para muito breve” e ao desenvolvimento de novas soluções. “Estamos em testes para outras soluções, e sabemos que em breve o Wayenergy vai começar a sua comercialização. Para já testamos, nos laboratórios da UBI, novas soluções no âmbito da energia e também a própria solução com que temos vindo a conseguir todos estes reconhecimentos”. Os dois membros desta spin-off, que conta já com mais dois licenciados da academia, esperam iniciar a comercialização dos seus produtos no primeiro semestre de 2012, “aplicações mais para utilização de pessoas e veículos. No segundo semestre de 2012, vamos progressivamente entrar no mercado com estas aplicações, oficialmente já vendemos algumas plataformas, mas neste caso ainda estamos em testes e verificação da tecnologia. Neste momento podemos também avançar com a parceria da EDP”, diz Francisco Duarte. A elétrica portuguesa “tem depositado nos nossos produtos uma grande esperança. Para além disso têm também sido fortes parceiros no que respeita à publicitação das nossas soluções. O último a entrar no mercado é o projeto das autoestradas. Mas nas vias dentro das localidades há já interesse em aplicação da nossa tecnologia em algumas lombas de aproximação a passadeiras e outras”, garante o engenheiro.