A equipa de rugby da AAUBI nem estava para participar nesta edição dos Campeonatos Nacionais Universitários, mas uma repescagem de última hora, graças aos resultados nos dois torneios de apuramento, fizeram com que a equipa da universidade marcasse presença em Leça da Palmeira.
“É uma grande prenda motivadora para que a equipa se mantenha unida e coesa, continue o projecto e evolua para o ano”, afirma Paulo Rodrigues acerca desta participação nos CNU’s 2010 no Porto. Também Carlos Loureiro realça a importância de participar neste evento, lembrando que o rugby na UBI “sofreu uma grande reestruturação este ano, com a entrada de novos atletas e com o recomeço de uma equipa”. Dos 13 atletas que compõem o plantel desta época, apenas quatro tinham praticado rugby. Outro problema do rugby universitário passa pela falta de atletas. “Todos os inícios de ano há muita afluência ao treino, mas por um motivo ou outro desistem”, afirma Carlos Loureiro. A explicação encontrada pelo treinador Paulo Rodrigues é que “o rugby não é para qualquer um. O ambiente a camaradagem o facto de as pessoas terem de se dar umas com as outras não é para qualquer atleta”, acrescentando que a exigência física e a necessidade de suportar dor também condicionam a composição do plantel.
Carlos Lopes é “caloiro” da equipa e de certa forma desmistifica a ideia que existe sobre este desporto. “O rugby é diferente daquilo que eu pensava, pois considerava-o violento mas depois de conhecer as regras mudei de opinião”. O aluno da UBI chegou ao rugby através de um desafio de um colega, “ele disse que só ficava se gostasse e como gostei, fiquei na equipa e para o ano vou continuar”. Quanto ao torneio, Carlos Lopes considera que “foi um desafio, pois nem estávamos para vir cá, mas viemos para ganhar experiencia e evoluir, para virmos melhor para o próximo ano”. O jogador deixa ainda um apelo para que mais pessoas pratiquem esta modalidade. “Há potencial na UBI, ao contrário do que as pessoas pensam não é preciso força, como é o meu caso, não tenho força mas uso a minha velocidade”.
Quanto há ideia que o rugby é um desporto violento, Paulo Rodrigues e Carlos Loureiro rejeitam de imediato. O último lembra uma frase muito dita: “Rugby é o desporto mais violento jogado pelas pessoas mais cavalheiras”. De facto o fair-play que se vive nesta modalidade salta a vista no facto de os jogadores derrotados, no final do jogo, fazerem um corredor para aplaudir os vencido e vice-versa.
O treinador da equipa considera que a equipa evoluiu durante o torneio. “Fiquei orgulhoso no último jogo, a equipa era complicada mas conseguimos mostrar que já jogamos rugby”, afirma Paulo Rodrigues. O técnico explica que “a aprendizagem tem sido natural, pois o rugby é um desporto complexo, com muitas regras e tem havido uma progressão natural. Começaram por só saber passar a bola e neste momento, tacticamente, os jogadores começam a estar no sítio certo”. Apesar das três derrotas e do último lugar do grupo, o treinador brinca com a situação lembrando que no outro grupo houve uma falta de comparência, o que teria dado pelo menos uma vitória à AAUBI.
Um dos objectivos da secção desportiva de rugby passa por criar uma equipa feminina. Carlos Loureiro explica essa vontade pelo facto de “haver raparigas interessadas em criar uma equipa”. Esta seria uma grande oportunidade de obter bons resultados pois é uma modalidade que conta com poucas formações femininas. Este ano, nos CNU’s, apenas quatro equipas tiveram em competição. Mas existe um problema para que esse objectivo se cumpra que é igual ao que a equipa masculina já sente para preparar as competições. Este ano, o rugby da UBI treinou dentro de um pavilhão e num campo pelado, sem relva, numa situação também vivida pelo futebol de 11, pelo facto de não haver disponibilidade para treinarem num campo relvado. Tendo em conta que as competições, quer do rugby quer do futebol, se disputam em campos relvados, leva a que a preparação dos torneios não possa ser feita de forma semelhante há realidade que encontram quando competem.
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