A quatro jornadas do final do campeonato, esta partida tinha importância vital para as duas equipas e por motivos diferentes. Para a equipa da casa, o penúltimo jogo em casa era importante para fugir à despromoção. Para os visitantes, uma vitória na Covilhã mantinha ainda o sonho da subida. Mais importância tinha este jogo devido ao dia e à hora, estranha para jogos da liga Vitalis, pois o jogo disputou-se sábado às 20horas. A chuva foi outro factor condicionante da partida. Com o relvado já muito encharcado devido à precipitação que se fez sentir nos dias anteriores, a chuva que caiu durante o jogo dificultou a prática de um bom futebol.
O jogo teve desde o início da partida um sentido único. A equipa de Santa Maria da Feira procurou desde o primeiro minuto o golo, tendo mais posse de bola e mais iniciativa de jogo. E podia mesmo ter marcado nos primeiros minutos, por Hélder Castro, que foi sempre o jogador mais activo, obrigou o guarda-redes covilhanense, Igor, a duas defesas complicadas que evitaram o golo.
Como diz o velho ditado “quem não marca, sofre” e foi isso mesmo que os serranos demonstraram. Após um mau lançamento do Feirense, Zezinho desce no corredor direito, cruza para a área onde Basilio se “embrulha” com um central visitante, a bola sobra para Jorge Monteiro que descaído na esquerda e com apenas o guarda-redes pela frente não perdoou.
Com o passar dos minutos veio a intensa chuva o que dificultou sobretudo o jogo dos visitantes, que tinham de correr atrás do prejuízo. Principalmente através das muitas bolas paradas que dispuseram (cantos e livres directos), o Feirense foi tentando empatar a partida, mas defensivamente a equipa da casa foi resolvendo os problemas.
Até ao final da primeira parte ficou o registo aos 37 minutos de uma boa oportunidade de golo para Sylvain, que após cabeceamento de Roberto já na área o francês ficou em boa posição para marcar, mas não conseguiu. Ao intervalo o técnico Carlos Garcia retirou Luciano e lançou Marco Cadete, tornando a equipa ainda mais balanceada para o ataque. Principalmente através do jogo directo, pois o relvado, em parte, assim o obrigava, os visitantes começaram a bombear bolas para a área covilhanense. A subida em campo do Feirense criou espaços na sua defesa, que ao longo dos 45 minutos podiam ter possibilitado aos leões da serra o segundo tento no encontro.
A ocasião mais flagrante foi protagonizada por Dani, que recuperou a bola em zona proibida e isolou-se, mas frente ao guarda-redes atirou para fora. Apesar de com menos perigo, a equipa da Feira nunca desistiu de tentar o empate. O técnico forasteiro apostou tudo, criou uma frente ofensiva possante e numerosa, mas o jogo directo não deu os frutos desejados e o tempo foi passando.
Quando tudo fazia prever uma vitória para a equipa da casa, o Feirense conquista um livre na esquerda. Com praticamente toda a gente na área, que até contou com a presença do guarda-redes contrário Paulo Lopes, Hélder Castro bate o pontapé livre e Adilton ganha nas alturas, cabeceando para o fundo das redes, estava feito o empate, no segundo de quatro minutos de compensação. Se o final já parecia dramático mais ficou quando Paulo Lopes, guarda-redes do Feirense que tentou várias vezes colocar a bola na área, na última tentativa faz falta por ter saído da área ainda com a bola na mão. O livre era perigoso mas Machado não concretizou e o jogo terminou de imediato.
Foram duas partes de felicidade distintas neste jogo. No primeiro tempo os serranos foram felizes na marcação do golo, pois para além de ser contra a corrente do jogo, teve também a felicidade de ser antes da forte chuva que caiu na Covilhã. No segundo tempo a sorte acabou por cair para o Feirense, pois os visitantes foram menos perigosos nos segundos 45 minutos mas viram a sua procura pelo golo até ao último segundo ser recompensada.
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