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Soluções Esdrúxulas
Douglas Cavallari (Correspondente no Brasil - S.Paulo) · quarta, 14 de abril de 2010 · Continuado O povo brasileiro é conhecido pela sua criatividade e capacidade de desenrascar-se, o famoso jeitinho brasileiro. O problema é quando esses impulsos criativos surgem em certos setores da sociedade, principalmente entre a classe política. Quase sempre, o resultado é a criação de soluções esdrúxulas capazes de surpreender o mundo. |
Oficialização do gueto: a construção de muros avança nas favelas cariocas |
21980 visitas No caso das favelas da cidade do Rio de Janeiro, ao invés de procurar soluções urbanísticas definitivas, uma das propostas mais antigas do poder municipal para esconder o problema é obrigar a pintura padronizada das casas. Desde 1951, várias autoridades já propuseram pintar as favelas de amarelo, branco (segundo eles, para dar “ares gregos” às casas), verde e até verde com rosa, no tradicional Morro da Mangueira. No mês passado, a ideia da pintura voltou à tona e com apoio da fabricante multinacional de tintas AkzoNobel. O novo plano é fazer pinturas de cunho artístico nas favelas, em cores vivas, a exemplo do que foi realizado no bairro histórico do Pelourinho, em São Salvador da Bahia. Como seria previsível, a meta do governo e patrocinador é concluir as obras para a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Com o mesmo propósito, outro plano em execução e ainda mais polêmico é a construção de grandes muros ao redor de 19 favelas. Na maioria, são comunidades que ficam visíveis aos turistas que utilizam as vias expressas Linha Amarela e Linha Vermelha. A justificativa do poder municipal é diminuir os atropelamentos, reduzir o barulho dos carros e preservar as áreas verdes. Mas a construção foi questionada até pela Organização das Nações Unidas. Polêmicas a parte, as obras avançam em ritmo acelerado. |
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