As lagoas estão agora integradas numa zona protegida
Convenção internacional
Lagoas da Serra da Estrela estão protegidas

As 25 lagoas da Serra da Estrela e o troço superior do Vale do Zêzere foram locais reconhecidos como Zonas Húmidas de Interesse Internacional pela Convenção de Ramsar, nome da cidade iraniana onde foi ratificado o documento.


NC/Urbi et Orbi


Fernando Matos, director do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) diz que a classificação agora atribuída às lagoas deve-se à sua “raridade e qualidade”. “Não é muito normal uma montanha ter sítios Ramsar, zonas húmidas”, sublinha.
A proposta para a obtenção do estatuto foi apresentada pelo Parque Natural, através do Instituto de Conservação da Natureza e a resposta chegou há duas semanas. “O estatuto de protecção é óptimo, é um reconhecimento e possivelmente permitirá o acesso a fundos comunitários que de outra maneira não teríamos para a preservação destes espaços”, salienta Fernando Matos. Na Serra da Estrela 23 das lagoas, a maior parte de origem glaciar, são naturais e duas artificiais, as barragens do Viriato e o Covão do Ferro.
A Convenção atribui importância a estes locais devido à fauna e flora existentes, nomeadamente de espécies aquáticas. Trata-se do primeiro tratado internacional assinado com vista à conservação e utilização das terras húmidas e dos seus recursos.
As zonas húmidas são definidas pelo documento como áreas de “pântano, charco, turfeira ou água, natural ou artificial, permanente ou temporária, com água estagnada ou corrente, doce, salobra ou salgada, incluindo águas marinhas cuja profundidade na maré baixa não exceda os seis metros”. A Convenção de Ramsar entrou em funcionamento em 1975 e até Janeiro deste ano foi assinada por 150 países e tinha mil 578 locais classificados.