Dia Internacional dos Museus
Os Museus e os Jovens

Comemorou-se a 18 de Maio o Dia Internacional dos Museus. Uma data que o Museu dos Lanifícios fez questão de assinalar, promovendo distintas actividades relacionadas com a história da Universidade da Beira Interior, e portanto, com a cultura da Covilhã.


Por Helena Mafra

Elisa Pinheiro explicou as diversas actividades do Museu de Lanifícios

São fundações culturais e, portanto, espaços de interesses público. Mantêm a história viva e só por isso devem ser conservados. Património intelectual, estes espaços não podem ser esquecidos. Por tudo isto, também para os museus ficou reservado um dia especial, o Dia Internacional dos Museus. Uma data que, em todo o País, foi assinalada com um programa intensivo e eclético.
Na Covilhã, cidade de reconhecida cultura pastoril, a direcção do Museu dos Lanifícios reuniu esforços numa agenda variada, convidando todos a conhecer um pouco da história dos lanifícios de um território vasto que tem por matriz a Serra da Estrela.
O tema deste ano, escolhido pelo Ministério da Cultura, foi “Os Museus e os jovens”. Elisa Calado Pinheiro, directora do Museu dos Lanifícios, apostou num calendário apelativo, chamando a atenção dos jovens para determinados aspectos culturais da região. “Estamos num espaço universitário, e gostaríamos que quando os estudantes saíssem daqui conhecessem, pelo menos, o Museu dos Lanifícios”, disse.
Durante todo o dia, o Núcleo da Real Fábrica dos Panos abriu as suas portas ao público para visitas guiadas em regime gratuito. O itinerário presenteou os visitantes com a passagem pelo Atelier da Oficina Têxtil, onde os alunos da Universidade fabricam os seus artigos, passando pelas máquinas que trabalham os tecidos, como o contínuo, as cardas, as prensas, os teares de pau, o Tubular a Vapor, célebre caldeira do século XVIII, ou mesmo o primeiro tear construído na Covilhã. Ao mesmo tempo, o percurso convidava à visita das exposições temáticas “Olhares”, de João Bugalho, uma mostra de pintura temporária, e “No princípio era a lã…”, um trabalho desenvolvido por Victor Camisão, que tem recolhido peças relacionadas com a vida dos pastores, dando agora a conhecer esses objectos. A fábrica dispôs, ainda, de uma sala onde ao longo do dia passavam sistematicamente dois filmes relacionados com a cultura da terra: “Rotas de transumância” e “Produção de Queijo Artesanal”.
Nas instalações da UBI (Pólo I), o Museu dos Lanifícios apresentou “Watermakes”, uma mostra de poesia trabalhada ao nível da pintura. Durante a tarde, a poetisa Kasia Krenz foi anfitriã no recital de poesia, outra das actividades que o Museu dos Lanifícios organizou.
“Para que os estudantes pudessem desfrutar das iniciativas do Dia Internacional dos Museus sem ter de faltar às aulas, este ano, foram reservados os dois dias seguintes, com algumas actividades” explicou Elisa Pinheiro. Em turno da noite, aliou-se a actividade cultural ao lazer e apresentaram-se um concerto musical, uma peça de teatro virtual, e Mnemosine, uma representação teatral sobre a memória.
“Neste dia dedicado aos Museus, o Museu dos Lanifícios não podia colocar-se à margem dos grandes desafios internacionais, ao mesmo tempo que permite chamar a atenção, pelo menos uma vez por ano, para existência dele enquanto equipamento cultural ao serviço da comunidade”, concluiu a responsável.