Nem mesmo as bombas de gasolina parecem equilibrar as contas da ACM
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Contas complicadas
Trabalhadores da ACM reclamam salários
Segundo os trabalhadores, em causa estão três meses de salários em atrasos. Joaquim Gaspar , presidente da ACM, conta regularizar as contas até final do mês.
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NC/Urbi et Orbi
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Os trabalhadores da Associação Cristã da Mocidade (ACM) da Beira Interior, na Covilhã, concentraram-se na passada segunda-feira, 15, à porta de um dos edifícios da instituição contra o atraso no pagamento de salários.
A ACM da Beira Interior é uma Instituição Particular de Solidariedade Social que presta apoio a cidadãos deficientes e emprega 32 pessoas, segundo números da respectiva direcção. Cerca de metade são pessoas com deficiência que exercem profissões ligadas à cestaria, marcenaria e têxteis no Centro de Emprego Protegido.
Carlos Barroca, um dos trabalhadores, disse à Agência Lusa que, entre outras queixas, estão em causa "três meses de salários em atraso". "Estamos descontentes porque não recebemos, a direcção não nos tem dado nenhuma informação sobre o que se passa e não sabemos como será o dia de amanhã", acrescenta. "Para além dos nossos salários, estamos preocupados com o futuro dos jovens deficientes de que cuidamos todos os dias. Esta instituição faz falta", salienta.
Os funcionários concentraram-se de forma pacífica à porta do Centro de Emprego Protegido e foram recebidos pelo presidente da direcção, Joaquim Gaspar, e pelo presidente do Conselho Fiscal, Fernando Caldeira. "Disseram-nos que estão em vias de concretizar a venda dos imóveis na Quinta da Várzea, esperam que isso aconteça até final do mês e que depois disso nos pagam", relata Carlos Barroca.
A venda de património foi anunciada em Março pela direcção da ACM da Beira Interior, com o objectivo de liquidar o passivo da instituição, que foi apontado pelos responsáveis como sendo superior a 500 mil euros. Segundo o presidente da instituição, Joaquim Gaspar, "os trabalhadores foram compreensivos face às dificuldades financeiras pelas quais estamos a passar, por ainda não estarmos a ser subsidiados pelo Estado". "Até final do mês de Maio contamos regularizar os pagamentos aos trabalhadores", conclui.
Há um ano, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) tinha denunciado atrasos no pagamento de salários. Na altura, a direcção da ACM da Beira Interior revelou estar a enfrentar dificuldades financeiras, devido a atrasos do Estado no pagamento de comparticipações relativas a alguns dos jovens deficientes acolhidos na instituição.
A ACM da Beira Interior é frequentada por quase 40 cidadãos com deficiência, nas suas diferentes valências: Centro de Apoio Ocupacional, Centro de Emprego Protegido e Lar Residencial.
Nos últimos anos, a instituição fechou o seu Colégio de Educação Especial para deficientes, com 30 anos de existência, e a Comunidade de Montanha para Toxicodependentes. |
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