“Modelação Estatística da Composição Granulométrica de um Betão Refractário de Alumina Auto-Escoante sem Cimento” é o título da mais recente tese de doutoramento apresentada na UBI. Abílio Manuel Pereira da Silva estudou as propriedades e utilizações deste material e adianta que o seu sucesso “se deve fundamentalmente às propriedades, mas também à facilidade de uso, neste caso, a sua aplicabilidade”. Ainda assim, no betão refractário “é necessário garantir um teor mínimo de água e de cimento refractário (cimento aluminoso, rico em CaO)”. Este material distingue-se dos demais, sobretudo porque “permite, em estado de pasta fresca (estado fluido) a sua completa acomodação ao molde sem qualquer necessidade de uma força externa, evitando-se acções de vibração ou pneumática”. O autor desta tese refere que a utilização deste tipo de modelação estatística na formulação da composição de materiais ainda é muito recente, daí que este seja um primeiro estudo nesta área. Abílio Silva refere que “alguns cientistas, em especial ceramistas no Brasil, Alemanha e Japão, desenvolveram receitas para betões refractários auto-escoantes para aplicações monolíticas que funcionam, mas nunca se explicou se realmente são as melhores e o porquê de o serem”. Neste trabalho desenvolveu-se uma nova receita para um betão refractário auto-escoante, sem cimento, constituído por cem por cento de alumina. Para tal, neste estudo “utilizou-se um software de modelação estatística que optimizou a composição granulométrica – distribuição dos tamanhos das partículas – com o objectivo de assegurar o máximo índice de fluidez”. O autor desta tese lembra também que apesar deste ter sido um dos trabalhos de investigação pioneiros na área dos materiais cerâmicos na UBI, foi possível, “o seu total desenvolvimento experimental no Departamento de Engenharia Electromecânica graças à estreita colaboração com o Departamento de Engenharia Civil e o Centro de Óptica da instituição e ainda com o Departamento de Engenharia Cerâmica e do Vidro da Universidade de Aveiro”.
O júri desta provas foi composto por Ana Maria Bastos da Costa Segadães, professora associada da Universidade de Aveiro, João António Labricha Baptista, professor associado da Universidade de Aveiro, Tessaleno Campos Devezas, professor associado da Universidade da Beira Interior, Luiz António Pereira de Oliveira, professor associado convidado da Universidade da Beira Interior, Paulo Nobre Balbis dos Reis, professor auxiliar da Universidade da Beira Interior e Francisco Miguel ribeiro Proença Brojo, professor auxiliar da Universidade da Beira Interior.