A banda portuguesa apresenta sons do Mississipi
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The Legendary Tiger Man
Com o Mississipi já ali…
Vindo directamente das margens do rio Mondego, Legendary Tiger Man trouxe o rock'n'roll característico do Mississipi até à cidade mais alta de Portugal. Com lotação esgotada, o Café Concerto do Teatro Municipal da Guarda serviu de palco para a apresentação do terceiro álbum de originais deste “one man's band”, “Masquerade”.
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Por Fábio Pereira
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O som claramente alternativo de Paulo Furtado, The Legendary Tiger Man, não foi factor impeditivo para que o Café Concerto do Teatro Municipal da Guarda enchesse. Durante hora e meia o público presente assistiu a um desfilar engalanado de um rock'n'roll característico das margens do Mississipi, numa actuação que levou a imaginação a recuar aos áureos concertos de Johnny Cash.
Luzes, câmara, acção… Está em palco o mensageiro do Diabo, aquele que vos quer alertar para uma sociedade cada vez mais supérflua. Este poderia ser umas das muitas frases ditas por Paulo Furtado, mas não, é unicamente a visão que o público teve quando este subiu a palco. “Blue Moon Baby” foi o pontapé de saída para um concerto, que no íntimo de muitos se esperava memorável. Guitarra em punho, voz bem colocada e, aí partimos nós rumo ao Mississipi com escala nas margens coimbrãs do rio Mondego. Era um rock'n'roll no seu estado mais puro que invadia o espaço intimista do Café Concerto do Teatro Municipal da Guarda.
Canção atrás de canção, “Masquerade” foi posto a descoberto de um manto de desconhecimento que envolvia o público presente. Um álbum que conta com nove canções originais de The Legendary Tiger Man e duas covers - “Route 66” de Bobby Troup e “Blue Moon Baby” de Dave Diddley Day. “Masquerade” é o passaporte para uma viagem à terra das lendas do rock'n'roll, o Mississipi.
Como nem só de música se faz um concerto de The Legendary Tiger Man, todo o espectáculo foi acompanhado pela projecção de curtas-metragens originais de Edgar Pêra, Paulo Abreu, Rodrigo Areias, Daniel Makosh, André Cepeda e Dário Oliveira, Pedro Maia e Hulla Gang. Nove curtas, nove documentários das canções e do génio de The Legendary Tiger Man, o cérebro de “Masquerade”.
Foram sons de estrada, de poeiras, de cactos e serpentes venenosas, que marcaram presença na apresentação de “Masquerade”. Quem viu, quem sentiu, quem marcou presença, assistiu a um músico incrivelmente hábil a construir um sonoro ímpar, decalcado pelas linhas de melodias de uma América sulista. Quem lá esteve não se resignou a regras, pois estas foram deixadas na porta de embarque do voo rumo ao Mississipi. “Masquerade” está aí, um elogio rasgado ao blues de outrora com “one man's band” de hoje. |
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