Os The Raconteurs, em poucas palavras, são a união de dois criativos musicais: Jack White e Brendan Benson. Sem se deixar contaminar por qualquer tipo de veleidades, Jack White continua a assumir o cargo de líder, a que sempre esteve habituado na altura dos White Stripes. Nada que importe a Brandon Benson, pois os valores da amizade sempre falaram mais alto entre ambos.
Novo projecto, novas personagens, as mesmas influências. Pois ao que parece, o demónio continua sempre lá. Um demónio que perfilha o blues e o rock'n'roll, tão característico das canções que contam com a presença de Jack White.
Um projecto que bem podia chamar-se Jack White & Friends. The Raconteurs são compostos pelo mítico e controverso líder dos White Stripes, Jack White, e reúne nas fileiras além de Brandon Benson, o baixista e o baterista dos GreenHormes, Lawrence e Patrick Keeler respectivamente. Uma promessa feita há oito anos e que se concretiza em 2006.
Não se diga que o caminho foi fácil. Este é um projecto que une dois pólos opostos: um Jack White habituado a trabalhar em grupo e um Brandon Benson conhecido pela carreira a solo. Os The Raconteurs ganham vida na mestria de Jack White, um inconformado de nascença com a vulgaridade musical actual, que sabe fragmentar as músicas e torná-las algo verdadeiramente surpreendente e estimulante. É este empreendorismo e impulsividade de Jack White que o tornam num comandante nato e que colocam esta banda norte-americana na rota do sucesso.
As influências de bandas como os The Stills, os Crosby e Nash & Young fazem parte das canções dos Raconteurs, genialmente orquestradas por Jack White, que apesar de vir de um duo musical com a irmã Megg White, comanda com mestria e classe o maior número de soluções criativas. Guitarras que vibram de excitação e coros ao sabor do momento fazem das canções deste quarteto norte-americano algo imperdível e de inegável qualidade.
Lá para o meio deste magnifico álbum surgem as influências de Brandon Benson, com canções deveras melodiosas, acalmando as hostes ou, de certa forma, preparando-as para a explosão musical que marca os últimos temas do álbum, como se de um festival pirotécnico se tratasse.
A sensação que fica depois de ouvirmos o disco em profundidade é que “Broken Boy Soldiers” sabe a pouco e que o público quer muito mais. A genialidade dos The Raconteurs não deve ser desperdiçada, ou, colocada num baú bolorento. Deve ser sim, ouvida vezes sem conta. Discos assim há poucos. Venham muitos mais que nós estaremos aqui para nos deliciarmos.
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