O antigo presidente da AAUBI veio falar sobre o Processo de Bolonha
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Vasco Cardoso na UBI
As inevitáveis consequências de Bolonha
O antigo presidente da Associação Académica da Universidade da Beira Interior esteve na UBI, na passada quinta-feira, 27 de Abril, para falar sobre o Processo de Bolonha. Vasco Cardoso apresentou as mudanças que este passo representa para o ensino superior.
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Por Eduardo
Alves
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Foi um discurso marcado pelo ataque, aquele que proferiu Vasco Cardoso, na UBI, sobre o Processo de Bolonha. Este antigo presidente da AAUBI esteve na Covilhã, a convite da JCP para falar sobre toda a transformação que vai ser operada no superior.
Uma sala cheia de alunos esperava o agora membro da direcção nacional da JCP. Cardoso começou por lembrar a história de todo este processo e recorda que foi assinado pelos Estados que agora o vão adoptar, “quando ainda era presidente da AAUBI”, no ano de 1999. O ministro socialista Marçal Grilo levou Portugal para Bolonha “e nós aqui pouco ou nada sabíamos do que se tratava”.
Vasco Cardoso refere que “este é um dos principais passos para privatizar o ensino superior”. O tom crítico, que esteve sempre presente no discurso do antigo dirigente estudantil, mostra-se bastante céptico no que diz respeito aos aspectos positivos de Bolonha. Segundo o membro da JCP, este passo “apresenta um aumento de propinas encapotado”. Para defender esta tese, Cardoso apresenta alguns exemplos que estão já ser avançados aos alunos. Cursos como Psicologia, Direito, Farmácia e diversas engenharias “são agora apresentados como cursos de cinco anos onde o aluno sai da universidade com um mestrado”. O problema, na óptica do representante da JCP, “está no segundo ciclo de ensino, que dá direito ao mestrado”. Vasco Cardoso refere que há já universidades a implementarem propinas de mais de 2 mil e 500 euros “para estes dois últimos anos de ensino”.
Politécnicos e universidades do interior em maus lençóis
Outro dos pontos focados neste debate foi o da falta de alunos. Vasco Cardoso apontou o caso de diversos politécnicos que “não vão conseguir reunir alunos suficientes para os seus cursos”. Estas instituições vão acabar por ficar sem alunos “isto porque, as instituições do litoral vão ser preferidas pelos estudantes”. Para além deste aspecto, Cardoso lembrou ainda o facto de não ser possível “implementar Bolonha sem que exista um forte investimento do estado nas instituições de ensino”. Bolonha requer uma maior participação de docentes e alunos, o que significa “uma maior utilização de salas, materiais didácticos e outros”. Segundo o orador desta conferência, o problema é que muitas universidades ainda mostram grandes carências em diversos níveis. |
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