Um evento que contou com a presença do investigador Jimenez Moreno
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Conferência de Marketing
Empresários e pais de família
“É possível dirigir estrategicamente uma empresa familiar?”, foi o tema abordado por Jimenez Moreno numa conferência aberta apresentada no Pólo do Ernesto Cruz, evento realizado no âmbito do programa de doutoramento em Marketing em curso na UBI.
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Por Neuza Correia
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A direcção estratégica de empresas familiares foi o tema discutido por Juan Jimenez Moreno, Professor Catedrático da Universidade de Castilla la Mancha nesta conferência. Ana Maria Ussman, docente da Universidade da Beira Interior, presidiu ao encontro, e referiu-se a este como sendo “um bom exemplo da colaboração ibérica”.
Jimenez Moreno explicou que “quando nos centramos em empresas familiares, encontramos casos preocupantes, principalmente a nível de sobrevivência”. Foram feitos muitos estudos acerca de empresas familiares, em busca de soluções para muitos dos casos de falência e insucesso deste tipo de empresas.
Algumas das soluções apontadas para o insucesso empresarial passam pela necessidade de serem dirigidas de uma maneira eficiente, ou seja, terem uma «direcção estratégica». Uma empresa familiar é aquela na qual uma família ou um familiar, normalmente um pai de família, controla total ou parcialmente o capital da empresa, de forma directa ou indirecta. Este orienta a estratégia de forma a dar continuidade à empresa, para sucessão de propriedade, como meio de sobrevivência de família e mantendo o controlo no seio da mesma.
A propriedade, a direcção e a continuidade da empresa são três aspectos importantes para o seu bom funcionamento. O conflito de interesses, funções e a dificuldade de dar resposta rápida e flexível a novas necessidades competitivas são alguns dos problemas que enfrentam estas empresas. Jimenez Moreno apresentou propostas de solução para este tipo de problemas, como sejam o normalizar o funcionamento da empresa através da profissionalização e estruturação. Para Jimenez é necessário formalizar as relações intra-familiares e decidir o que fazer com a propriedade, ou melhor, criar um sistema de direcção estratégica.
A estratégia consiste fundamentalmente em determinar as metas a atingir. O professor considerou no seu estudo três gerações, que são como que três etapas na evolução da empresa. A primeira geração da empresa familiar denomina-se pelo fundador e empreendedor. Aqui aparece a figura do empresário-proprietário, que cria três dimensões: a propriedade, a direcção e a continuidade. “Quando uma pessoa cria uma empresa, cria-a para ela própria” referiu Jimenez. A segunda geração é normalmente uma sociedade de irmãos, e nesta fase administrar um património é diferente que dirigir uma empresa. Normalmente os filhos conhecem o interior da empresa, mas não conhecem o negócio. É necessária uma terceira geração para se obter um funcionamento optimizado da empresa. Trata-se de uma empresa de grande dimensão, com a existência de complexidade das relações familiares e profissionalização da direcção.
Melquiecedec Lozano Posso, da Universidade Autónoma de Barcelona, apresentou também um estudo sobre os “Factores característicos do processo de formação de descendentes, antes do seu ingresso à empresa Familiar”, incluído na tese de doutoramento que tem em preparação. Durante a sua intervenção, falou do processo de sucessão das empresas familiares, que também concebe por etapas. Melquiecedec apresentou alguns processos de formação importantes para o funcionamento da empresa, referindo-se aos valores, à educação, à experiência interna e externa e à capacidade de liderança. Para este investigador “a família é vista como fonte de recursos.” |
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