Belmonte está cada vez mais a tornar-se numa vila museu. Depois de, há anos atrás, ter aberto o Ecomuseu do Zêzere, na antiga Tulha dos Cabrais, de ter musealizado as salas do Castelo, reconvertido o antigo Lagar num Museu do Azeite e ter requalificado o primeiro colégio da vila aí surgindo o Museu Judaico, o único no País, a autarquia apresentou na passada terça-feira, 25, o projecto do novo museu intitulado “À descoberta do novo mundo” que será inteiramente dedicado aos Descobrimentos portugueses e em concreto, ao achamento do Brasil, por parte de um filho da terra, Pedro Álvares Cabral.
Segundo o autarca local, Amândio Melo, esta é uma obra que irá “marcar o mandato”, completando assim a rede temática de museus que a Câmara, desde há muito, se tinha disposto a criar na vila, tornado assim Belmonte num destino importante em termos de turismo cultural. O concurso público já foi lançado e as obras, que irão consistir na remodelação do degradado Solar dos Cabrais, irão iniciar-se este ano. Em 2008 a nova infra-estrutura estará pronta.
Segundo a autarquia, as obras de remodelação deste importante imóvel histórico/cultural, prevêem o arranjo de toda a zona envolvente, onde será construído um novo edifício.
No Solar dos Cabrais, depois de totalmente reabilitado para ser adaptado a Centro Administrativo do Museu, para além de espaços de funcionamento administrativo, haverá áreas para depósito de informação documental e espaços para leitura dos mesmos. No piso superior será instalado um pequeno café/bar, para apoio a todo o complexo.
O novo edifício que será construído no logradouro do Solar dos Cabrais e que será praticamente enterrado de modo a permitir o não prejudicar o espaço envolvente, permitirá que a sua cobertura sirva como espaço de lazer.
Neste novo edifício será instalado o Museu à Descoberta do Novo Mundo, cujos conteúdos museológicos serão multimédia, recorrendo-se a tecnologias especiais que permitam a divulgação de temáticas culturais diversas ligadas à história de Pedro Álvares Cabral, do Descobrimento do Brasil e dos Descobrimentos Portugueses, como por exemplo ser permitido ao visitante efectuar uma viagem virtual transatlântica, recriando o ambiente vivido na época dos Descobrimentos.
Os custos da obra estão estimados em dois milhões de euros, financiados em 70 por cento pelo programa das Aldeias Históricas, sendo o resto suportado pela autarquia.

Parque Empresarial inaugurado

Também no âmbito das comemorações do Dia do Concelho, a autarquia inaugurou, na quarta-feira, 26, o Parque Empresarial da Vila, localizado em Belmonte-Gare, numa cerimónia que contou com o secretário de Estado Adjunto da Indústria e Inovação, António Castro Guerra.
Trata-se de uma infra-estrutura com 24 lotes de terreno, dos quais 19 estão já atribuídos, e em que a Câmara pretende algumas empresas inovadoras, embora a maioria delas possam ser de pequena e média dimensão. Tem uma área total de 66 mil e 76 metros quadrados . A primeira firma já se está ali a sediar, chama-se Belpneus e é de dois jovens do concelho que apostaram num negócio por conta própria no ramo automóvel.
A autarquia pretende que o Parque possa originar o aparecimento de empresas que sejam alternativa às confecções, que têm passado por dificuldades. A criação do Parque Empresarial foi um processo moroso, iniciado em 1996, mas que sofreu vários retrocessos, entre os quais o mais célebre teve a ver com o facto de uma parcela de terreno estar incluído na Reserva Ecológica Nacional.