Recusado. O aumento salarial proposto pela administração da empresa Beralt Tin, que explora as Minas da Panasqueira, foi chumbado na passada semana pelos trabalhadores, em plenário, anunciou o Sindicato Mineiro.
Segundo António Matias, dirigente sindical, a administração da empresa terá proposto um aumento real dos salários de 1,7 por cento, com efeitos retroactivos a 1 de Abril, que foi recusado porque, segundo este dirigente, em declarações ao Diário XXI , “a Beralt nunca teve lucros tão elevados como agora. A cotação do volfrâmio está a níveis nunca vistos”. Segundo Matias, cada 10 quilos de minério está a ser vendido a cerca de 222 dólares, quando há um ano atrás “era cerca de metade do valor”.
Por isso, o Sindicato apresentou uma contra-proposta que prevê um aumento “real dos salários de, pelo menos, 20 euros”, e a atribuição de um ‘subsídio de fundo' para quem entra na mina no valor de 30 euros mensais, entre outras regalias. “O ‘subsídio de fundo' é atribuído a trabalhadores no subsolo, em minas e túneis. Somos das poucas, senão a única empresa portuguesa, onde este tipo de subsídio não é pago”, assegura António Matias. De acordo com este dirigente, a reivindicação de 20 euros de aumento mínimo é já uma concessão, “porque a nossa proposta inicial era de 40 euros, igual à do último ano”.
Segundo António Matias, “as condições excepcionais de mercado de que as Minas da Panasqueira estão a beneficiar são reconhecidas por quadros superiores da empresa, que confirmam que a Beralt tem condições para satisfazer a proposta sindical”. O Sindicato Mineiro vai aguardar por uma resposta da administração e novo plenário de trabalhadores vai realizar-se na primeira semana de Maio.
Os mineiros da Panasqueira recebem salários base que oscilam entre os 580 e os 660 euros. Actualmente, segundo o Sindicato, estão no activo 305 mineiros.