O espaço vai agora acolher exposições e outros eventos culturais
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Memória dos lanifícios
“Tinturaria” relembra todo um saber
No dia em que se comemorou o 25 de Abril, inaugurou-se na Covilhã o novo edifício
dedicado às memórias da indústria de lanifícios do século XIX. A cerimónia de
inauguração foi levada a cabo pelo Presidente da Câmara Municipal, Carlos Pinto, que
revelou aos presentes os seus conhecimentos sobre o processo de fabrico da lã.
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Por Esmeraldina Costa
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O novo edifício, localizado no Rossio do Rato, vai funcionar como uma sala de
exposições e como espaço de produção artística. Foram necessários quatro anos
desde o projecto inicial, até ao dia da inauguração, para materializar mais um
espaço de recuperação patrimonial da cidade da Covilhã. Durante a inauguração,
Paulo Monteiro, chefe de divisão da educação, saúde e cultura da autarquia
covilhanense, fez uma visita guiada ao local, edificado sob o nome de Tinturaria. Nas
salas de exposições estão impressas as memórias da actividade tintureira dos finais
do século XIX, na cidade que outrora era considerada a “Manchester Portuguesa” na
produção de lanifícios. As técnicas utilizadas, os equipamentos, o som dos teares,
estão retratados nos vários andares do edifício, que teve um custo total de
972.543.29 euros.
Junto a esta nova instalação, entrará brevemente em funcionamento um restaurante e
uma zona de esplanadas. Ernesto Ferraz, um covilhanense que assistia à cerimónia,
mostrou-se entusiasmado com a obra, sobretudo em termos de recuperação, daquilo que
era uma zona “ degradada e poluente”, que agora representa “uma mais valia para a
cidade e para os tempos de lazer”, referiu. Uma das principais atracções do
Tinturaria, é uma antiga caldeira multitubular de 1947, que representava nas
tinturarias “aquilo que os motores são para os carros”, conforme explicou Carlos
Pinto, que ao longo da visita guiada demonstrou os seus saberes no processo de
fabricação da lã.
No discurso de inauguração, o autarca lembrou que existe “todo um saber de
experiência feito” e que este novo espaço “pode ser uma excelente escola para
rememorá-lo” constatou. A criação deste espaço, que se articula com outros
existente na cidade, insere-se numa acção que visa realizar um roteiro efectivo, “de tal maneira que uma pessoa possa começar às 9 da manhã a visitar espaços na
Covilhã, acabe à tarde, e leve uma noção de todo o processo produtivo ligado ao
têxtil” afirmou. Outro dos projectos previstos é o Museu da Cidade, que segundo
Carlos Pinto, está neste momento a conhecer alguma evolução. O presidente da Câmara
Municipal elucidou que até ao verão já estará confirmado o nome do arquitecto
responsável pela obra. Um dos entraves ao desenvolvimento deste investimento repousa
no próximo relatório de apoio comunitário que vai definir o valor que irá ser
atribuído para infra-estruturas culturais: “Porque será uma obra que irá custar
centenas de milhões de euros” sublinha. O novo edifício Tinturaria faz parte de um
conjunto de intervenções, desenvolvidas pela Câmara Municipal da Covilhã, que
engloba uma série de projectos, como o futuro parque da Goldra, que no total
apresentam um custo de 5 milhões de euros. |
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