UBI acolhe 5ª edição
Congresso de Estudos Africanos na Covilhã

A Universidade da Beira Interior vai ser o palco do V Congresso de Estudos Africanos no Mundo Ibérico. Nos dias 4, 5 e 6 de Maio falar-se-á daquele continente, tendo como mote o tema “África: compreender trajectos, olhar o futuro”. O evento é organizado pelo Centro de Estudos Sociais da UBI.


Por Neuza Correia


José Carlos Venâncio apresentou as linhas gerais do evento

Na conferência de imprensa organizada pelo CES, onde esteve presente José Carlos Venâncio, catedrático da UBI, foi apresentado o programa do congresso “África: compreender Trajectos, olhar o futuro”. Três temáticas serão abordadas no decorrer do evento, “Economia e Relações Internacionais”, “Estado, Territorialidade e Cidadania”, e “Patrimónios Culturais”. Esta é a segunda vez que Portugal recebe este congresso, tendo Lisboa acolhido a edição de 2001 de um evento que se realiza de dois em dois anos. Para falar sobre estas temáticas “vão estar presentes vários empresários da região, nomeadamente da Covilhã, Belmonte, Penamacor, e também do Fundão” adiantou José Carlos Venâncio.
Este evento está a ser organizado pelo Centro de Estudos Sociais, em colaboração com a Rede Ibérica de Estudos Africanos, que é constituída por investigadores portugueses e espanhóis. O Congresso visa aprofundar a reflexão sobre a direcção e as condições do percurso do continente africano, e os desafios que se colocam nas várias áreas, económica, social, política e cultural. Um dos objectivos é catalogar os estudos africanos em Portugal e Espanha, de forma a construir uma estratégia comum.
Vão estar presentes alguns nomes com grande peso na área dos estudos sociais, nomeadamente Ferran Iniesta (Universidade de Barcelona), António Santamaria (Universidade Autónoma de Madrid), Germán Santana Perez (Universidade das Ilhas Canárias), Boaventura de Sousa Santos (Universidade de Coimbra) e Adriano Moreira.
No dia 5 de Maio será realizada uma homenagem pública a três figuras oriundas daquele continente: D. Francisco da Mata Mourisca, bispo do Uíge (Angola), Osvaldo Osório, poeta e escritor cabo-verdiano e Uanhenga Xitu, político e escritor angolano.
“Temos que mostrar que África está viva”, disse Carlos Venâncio. Este congresso é visto também como uma oportunidade de reunião de pequenos e médios empresários, e ocasião de divulgação da cultura africana.
Para a realização deste evento contou-se, diz José Carlos Venâncio, “com a boa vontade de muita gente, e também do Reitor da UBI, pois o apoio da universidade foi fundamental para que a iniciativa avançasse”. Entre as instituições que apoiam o evento contam-se a Fundação Calouste Gulbenkian, e a Caixa Geral de Depósitos. O facto de algumas entidades, que até têm interesses em África, não terem apoiado a realização deste congresso, ainda confere mais realce «à boa vontade de quem quis participar».