Teatro-Cine
Ópera de volta à Covilhã

Mês de Abril começa em grande com a interpretação de "Rigoletto" de Giuseppe Verdi. Uma peça que encheu o Teatro-Cine da Covilhã.


Por Lidiane Oliveira

"Rigoletto" encheu o Teatro-Cine da Covilhã

No passado domingo, 2 de Abril, um Teatro-Cine bem composto teve o privilégio de assistir a uma das mais conhecidas óperas de Giuseppe Verdi. "Rigoletto" é baseada na polémica peça de teatro de Victor Hugo chamada Le Roi s'amuse (O Rei diverte-se).
Assim como a peça também a ópera foi considerada pelas autoridades da época como imoral uma vez que relatava uma monarquia libertina e osciosa. A história centra-se no personagem de Rigoletto, que é bobo e cúmplice do duque de Mantua, um conquistador que faz tudo para conseguir as mulheres que deseja.
No entanto, o bobo tem uma vida paralela, onde é um pai extremoso de uma filha secreta. Os seus actos pouco ortodoxos hão-de o conduzir (sem se dar conta) ao rapto da própria filha e à participação da sua morte posterior. Desta forma cumpre-se a maldição lançada à Rigoletto pelo Conde Monterone por ter troçado da sua desgraça e ter contribuído para ela.
Uma história carregada de intrigas, reviravoltas e emoção apresentada pela Companhia de Ópera Estatal de Bashkir, conhecida pelo forte dramatismo das suas interpretações e pela qualidade das vozes dos solistas. A companhia foi fundada em 1938 e a sua base formada pelos graduados do Consevatório de Moscovo B. Valeeva, H. Galimov entre outros grandes nomes da ópera russa.
Para este espectáculo a companhia contou com mais de cem elementos, dos quais, cerca de 40 compõem a Orquesta dirigida pelo maestro Robert Luter. A Ópera Estatal de Bashkir escolheu Portugal como ponto de partida de uma digressão que irá passar também pela França, Alemanha, Turquia e Tailândia. A cidade da Covilhã foi uma das presenteadas com esta actuação assim como Lisboa, Coimbra e Porto.
O público aplaudiu de pé e mesmo aqueles que se viam “perdidos” com o italiano mostraram-se bastante contentes " Não é preciso entender o que eles falam mas sim o sentimento que eles cantam" afirma uma das espectadoras, no final da ópera.