Sindicatos contestam aumentos
Taxas moderadoras
entregam saúde a privados

Na passada quinta-feira, 30 de Março, a União de Sindicatos da Beira Baixa promoveu uma manifestação contra o aumento das taxas moderadoras nos centros de saúde e serviços hospitalares.


Por Eduardo Alves

A manifestação decorreu junto ao CHCB

Luís Garra, coordenador da União de Sindicatos da Beira Baixa deu voz ao protesto que visa combater o aumento das taxas moderadoras nos hospitais. E foi precisamente à porta do Centro Hospitalar da Cova da Beira que os sindicalistas mostraram o seu protesto.
Para os organizadores da manifestação, as taxas que entram em vigor este mês não são mais que “um aumento desumano”. Isto porque, “são os trabalhadores e as pessoas de menos recursos que mais recorrem a estes serviços de saúde”. Vai daí, Garra afirma mesmo que “estamos perante um dos passos para a privatização do sector da saúde”. O coordenador da União de Sindicatos alerta também para o facto desta medida ser acompanhada “pelo aumento dos medicamentos”.
Num discurso bastante incisivo, Garra deu um forte ataque ao governo. Segundo o coordenador dos sindicalistas, “Sócrates só é forte com os pobres”, isto porque, “dos ricos ele já tem medo”. O ataque o primeiro-ministro continuou ainda através da recente decisão do encerramento das maternidades. O líder sindical olha para este processo “com muita preocupação”. No entender de Garra, com estas medidas, “estamos a voltar ao tempo em que as mulheres tinham as crianças a caminho dos hospitais”.
Os sindicalistas prometem não acabar com os seus protestos e novas acções de luta estão já programadas para o próximo dia 1 de Maio. A data que comemora o dia do trabalhador foi também escolhida para realizar manifestações em Lisboa e no Porto “contra as actuais políticas do governo”, remata Garra.