As contas da Mutualista foram aprovadas numa assembleia conturbada
Assembleia-geral da Mutualista
Antigos presidentes quase se agridem

Uma mais acesa troca de acusações entre os últimos presidentes da Mutualista, na passada semana, quase os levou a agredirem-se. Apesar da turbulência, a associação acabou por ver aprovado o relatório de contas.


NC / Urbi et Orbi


Os dois últimos presidentes da Mutualista Covilhanense quase que se agrediram fisicamente na última Assembleia-geral da associação, realizada na passada semana. O incidente deu-se na sequência de troca de acusações entre Carlos Mineiro, presidente entre 2001 e 2003 e Ramiro Reis, que lhe sucedeu, até Dezembro último.
O primeiro acusou Ramiro Reis de falsificação de assinaturas e este respondeu, acusando Carlos Mineiro de ter incluído facturas falsas na contabilidade da Mutualista e de ter cometido irregularidades na admissão de novos sócios, que ficaram com os direitos de antiguidade de outros que tinham falecido. Acusações rebatidas por ambas as partes.
Discutia-se a aprovação do relatório e contas de gerência da direcção relativas a 2004 quando Ramiro Reis pediu para intervir, para esclarecer alguns pontos. Carlos Mineiro sentiu-se insultado com os comentários de Ramiro Reis e teve de ser serenado, para não chegarem a vias de facto.
Carlos Mineiro diz que tem sido alvo de uma tentativa de linchamento político por parte da direcção de Ramiro Reis, com o apoio da Câmara da Covilhã. E acusa o anterior presidente da Mutualista de ter falsificado assinaturas para validar a acta de uma reunião magna que não se realizou e que serviu para entregar ao banco, para um pedido de empréstimo. Ramiro Reis diz que a Assembleia-geral aconteceu, apenas não foi anunciada na comunicação social e os anúncios foram afixados na sede da instituição.
Já Ramiro Reis acusa o seu antecessor de ter incluído na contabilidade facturas falsas e de ter beneficiado novos sócios, atribuindo-lhe direitos de antiguidade de sócios já falecidos. Mineiro defende-se dizendo que não se tratam de facturas mas de substitutos de papéis sem valor legal. E acrescenta que o problema foi que no passado houve gente a trabalhar na Associação de Socorros Mútuos sem recibos, situação que diz ter regularizado. Um assunto que está a ser investigado pela Polícia Judiciária.
Os ânimos só acalmaram quando Ramiro Reis abandonou a sala. O relatório de contas acabou por ser aprovado por maioria e os sócios ficaram a saber que o passivo da Mutualista é de cerca de um milhão e meio de euros. Carlos Casteleiro, o actual presidente da instituição adiantou ainda que em 2008 será, de novo, candidato ao cargo que ocupa.