Políticas energéticas
Pina Moura não quer tabus no nuclear

Perante um tema da actualidade apresentado por uma figura mediática, o anfiteatro Pe. Videira Pires, na Universidade da Beira Interior, encheu para ouvir o ex-ministro. Pina Moura, presidente da empresa espanhola de energia Iberdrola, procurou despertar nos alunos de Economia o interesse pelo sector energético, fonte de futuras oportunidades de trabalho.


Por Amélia Costa

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O presidente da Iberdrola, Pina Moura, veio à UBI para falar sobre políticas energéticas, numa conferência organizada pelo Núcleo de Estudantes de Economia e pela direcção daquele curso.
Segundo Pina Moura, face ao crescimento do consumo de energia, nenhuma fonte “por si só, é suficiente para garantir os consumos”, defendendo assim que “a instalação de uma central nuclear deve ser encarada sem tabus nem preconceitos”.
O deputado e presidente da Iberdrola não resistiu a fazer referência ao tão criticado negócio da companhia, como sendo uma “invasão espanhola”. “Se a estratégia da Iberdrola fosse concorrer com a EDP, lançava uma OPA e logo se via, e não é esse o objectivo”, explica Pina Moura. O que caracteriza o sector de energia em Portugal é o facto de estar em curso uma verdadeira revolução, “basta reparar que Oferta Pública de Aquisição – OPA –, é uma palavra que está a surgir todos os dias”.
De uma forma geral, foram abordados pelo conferencista os movimentos estratégicos sobre a Iberdrola e os principais tópicos que explicam economicamente esses movimentos de consolidação.
Um dos principais factores será a evolução de procura de energia, pois o disparo da procura exige maior e melhor oferta, “face há 20 anos atrás, a procura de energia quintuplicou”. Pina Moura sublinha que “isto coloca à oferta dois tipos de problemas, tendo que existir uma oferta sustentável e suficiente”.
A política de energia e a reestruturação do sector energético em Portugal, surge para Pina Moura uma questão que decidirá a sobrevivências dos vários sectores, que consiste em saber escolher a escala territorial e empresarial.
Neste sentido se pode entender a corrida às energias renováveis, nomeadamente o negócio eólico, desenvolvido pela empresa Iberdrola. Segundo Pina Moura, o problema da sustentabilidade exige este tipo de energias. Na óptica de Pina Moura, “instalar parques eólicos é algo difícil e dispendioso, quer na fabricação dos materiais, quer na sua montagem, mas é a questão da sustentabilidade que faz surgir o negócio eólico”.
Segundo António Marques, director do curso de Economia, este encontro “permite aproximar os alunos do curso de Economia dos acontecimentos que sucedem numa economia real”, sendo por isso da maior relevância na sua formação.
A conferência terminou com a abordagem da possibilidade de construção de uma central nuclear em Portugal. Pina Moura defendeu claramente que a instalação de uma central nuclear “deve ser encarada sem tabus nem preconceitos”, face ao aumento esperado dos consumos no futuro.