A palestra era dirigida a professores do ensino básico e secundário que se deslocaram até à Universidade da Beira Interior (UBI) para reflectir sobre a importância da filosofia no ensino. A oradora da acção de formação enunciou a sua tese através da explicação de vários estudos que se realizaram nos Estados Unidos, e que demonstram como a filosofia permite às crianças desenvolver pensamentos criativos, “ uma pessoa que não faz ginástica do pensamento não pode pensar de forma autónoma” salienta Dina Mendonça. Para esta investigadora os professores devem levantar desde a infância questões filosóficas, de forma a fomentar “ um espaço diferente para a educação, um espaço onde se pode fazer perguntas, discordar, ouvir e vocalizar o nosso pensamento”.
A falta de interesse que muitos jovens demonstram pelo estudo da filosofia é apontado pela investigadora como uma falha do ensino, que deveria incluir “uma continuidade do pensamento filosófico desde o pré-escolar ao ensino superior”.
A aprendizagem da filosofia nas licenciaturas foi outro ponto que Dina Mendonça levantou durante a sua apresentação, observando que todos os cursos deveriam ter pelo menos uma cadeira de relacionada com a filosofia, “não se compreende como é que por exemplo, um futuro médico não tenha conhecimento da ética” sublinhou a oradora.
Esta acção de formação insere-se no panorama de um conjunto de iniciativas produzidas para os organismos docentes. O coordenador da SPZC Carlos Cardoso, realça a importância da filosofia pela o “ estímulo que provoca nos pensamentos de uma criança”. Para o responsável da organização dos professores o principal objectivo desta acção de formação foi o demonstrar o papel da filosofia na educação: “ devemos dar a conhecer aos professores a relevância da filosofia”. Mais do que pensar em questões de índole filosófica a palestra enunciou as vantagens de fazer do nosso pensamento um exercício do nosso quotidiano.