O governo pretende instalar 15 unidades em Portugal
Centrais de biomassa
Mais benefícios económicos

São 15 as centrais de biomassa que o Governo pretende ver instaladas em todo o País antes do fim de 2007. Os concursos estão abertos até 11 de Setembro e, na Beira Interior, poderão vir a fixar-se cinco destas estruturas – duas no distrito da Guarda e três no de Castelo Branco, possivelmente no concelho da Covilhã e Sertã, que se juntarão, assim, à já existente em Vila Velha de Ródão.


NC / Urbi et Orbi


Dos 15 processos previstos pela Direcção-Geral de Geologia e Energia (DGGE) – há também a possibilidade de privados avançarem com projectos independentes –, a grande maioria vai situar-se na zona Interior, numa faixa que vai de Vila Real a Portalegre, o que já despoletou reacções de protesto por parte de alguns município do Litoral. A opção pelas zonas mais rurais ou com uma maior mancha florestal têm, no entanto, uma justificação. É que, para além de responder às necessidades de fontes de energia alternativa, as centrais de biomassa podem dar um grande contributo para a prevenção de incêndios, uma vez que utiliza como matéria-prima madeira e detritos florestais e agrícolas. Ou seja, poderá ser um destino proveitoso para a matéria orgânica que se vai acumulando nas matas e nos caminhos rurais e que, não raras vezes, está na origem dos fogos de Verão.
No caso da Guarda, os locais onde funcionarão as duas centrais ainda não está definido, mas a energia eléctrica produzida deverá ser canalizada para as sub-estações da EDP do Sabugal e de Gouveia, num total combinado de cerca de 12 megawatts.
Para Mário Ferreira da Silva, responsável da Comissão Florestal do Nerga - Associação Empresarial da Guarda, para além das mais valias em termos energéticos e de prevenção de incêndios, esta iniciativa pode também ser “rentável para os proprietários e produtores florestais”. Em declarações ao Jornal de Notícias, o dirigente defende que “a biomassa é uma excelente oportunidade de negócio para agricultores e proprietários florestais, que, com as centrais, vão poder confirmar que a limpeza e a gestão florestal pode ser financeiramente compensadora e rentável”.