Um estudo que aponta soluções para a poluição de ribeiras

Mestrado em Química
Os poluentes têxteis

A poluição das ribeiras por resíduos industriais têxteis pode agora ter os dias contados. Uma tese de mestrado apresentada na UBI aponta algumas soluções para este problema ambiental.


Por Eduardo Alves


Em 132 páginas Maria Cristina Rogeiro Pinto Rojão, professora do Ensino Secundário aponta uma possível solução para a problemática dos resíduos industriais. Um estudo que centrou toda a sua pesquisa e experimentação laboratorial numa unidade fabril da Cova da Beira. Os resíduos que resultam da actividade desta empresa e que, na maior parte dos casos, são conduzidos para ribeiras, foram analisados pela autora da tese. Maria Cristina Rojão encontrou depois uma forma de dar alguma solução ao problema. A dissertação apresentada no dia 23 de Fevereiro no âmbito do mestrado em Química, intitula-se “Biodegradação aeróbia de poluentes têxteis”. Um trabalho que foi desenvolvido sob a orientação de Isolina Maria da Silva Cabral Gonçalves e que estuda “a evolução de um reactor biológico aeróbio sequencial descontínuo (Sequencial Bactch Reactor – SBR) aplicado a um efluente de uma tinturaria de lanifícios da região onde ocorreu a degradação parcial de alguns corantes, nomeadamente os azo”. Esta decomposição, segundo a autora do estudo “origina metabolitos, aminas aromáticas, e alguma descoloração do efluente”. Para a degradação total dos corantes azo, “devem pois combinar-se os dois tipos de tratamento anaeróbio/aeróbio”, acrescenta.
Com este estudo pretendeu-se ainda “avaliar a susceptibilidade de biodegradação aeróbia de aminas aromáticas usadas como percursores na síntese do corante azo AO7, em sistemas descontínuos e semi-contínuos”. Os ensaios que foram feitos ao longo do período de estudo e investigação “revelaram a biorecalcitrância do ácido súlfanílico e do 1-amino-2-naftol”, acrescenta ainda Maria Cristina Rojão.
Esta tese foi aprovada com a nota de Muito Bom por um júri constituído por Maria Isabel Almeida Ferra, professora catedrática da UBI, Maria Teresa de Sousa Pessoa de Amorim, professora associada da Universidade do Minho e Isolina Maria da Silva Cabral Gonçalves, professora auxiliar da UBI.