Bolseiros de Investigação Científica
UBI pretende criar núcleo da ABIC

A primeira reunião de bolseiros da UBI aconteceu na passada sexta-feira, 17. O próximo passo será a criação de um núcleo na Universidade covilhanense.


Por Eduardo Alves

A UBI pode vir a ter, dentro em breve, um núcleo da Associação de Bolseiros

Pela primeira vez, os Bolseiros de Investigação Científica da UBI estiveram reunidos e falaram sobre a sua situação profissional. A ideia foi a de “marcar um encontro com todas as pessoas que neste momento têm uma bolsa de investigação”, explica André Rodrigues da Silva, do Departamento de Ciências Aeroespaciais. Este bolseiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) é também o representante dos Bolseiros de Investigação Científica da UBI (UBIC).
O anfiteatro 8.1 do edifício das Engenharias recebeu 14 bolseiros que neste momento desenvolvem actividades na Universidade da Beira Interior. André Silva começou por apresentar a distribuição deste investigadores pelas quatro unidades científicas e pela Faculdade de Medicina. Segundo André Silva , o número de bolseiros na UBI “duplicou entre 1999 e 2004” . Neste momento, “os bolseiros que estão em funções na universidade têm entre mãos, diversos projectos apoiados pela FCT”.
A importância destes agentes “é bastante fácil de ser demonstrada”. Para tal, André Silva recorreu ao acréscimo de publicações, de carácter científico, que tiveram origem na UBI, desde 1999 até aos dias de hoje. As unidades científicas “ganham sobremaneira em ter nos seus projectos investigadores bolseiros”. André Silva acrescenta ainda que “os bolseiros desenvolvem investigações e dão vida a projectos de importância reconhecida”.




Associação alerta para medidas urgentes

O encontro dos bolseiros da UBI contou também com a presença de dois membros directivos da Associação de Bolseiros de Investigação Científica (ABIC). Estes responsáveis vieram lembrar, perante os bolseiros, algumas das medidas urgentes que devem ser tomadas. O direito efectivo à segurança social, a protecção na doença e na maternidade, a criação de novos postos de trabalho no sistema científico e tecnológico nacional e a actualização dos montantes das bolsas, são algumas das reivindicações. Isto porque, no entender dos representantes daquela associação, “os bolseiros não têm direitos estipulados num emprego normal”. A ABIC rejeita ainda a “ utilização abusiva de bolsas para preencher lacunas dos quadros das instituições”, defendendo que “os bolseiros nestas condições devem ser integrados no quadro da instituição para a qual trabalham”.
Todas estas condições foram já transmitidas aos responsáveis da FCT e ao ministério que tutela o Ensino Superior. Segundo esta associação, que conta actualmente com cerca de 300 membros, “a Carta Europeia do Investigador, faz referência a todos estes pontos e estes devem ser cumpridos”. Uma das principais reivindicações desta associação, junto dos governantes “é a criação de uma carreira de investigador”. A profissionalização destes elementos “traria vantagens a todos”, referem os dirigentes associativos.
Em termos de futuro, na UBI, a Associação de Bolseiros de Investigação Científica pretende criar um núcleo “tendo em vista este tipo de eventos”. Nesta reunião introdutória, a ideia ganhou já alguns contornos e André Silva espera conseguir criar o núcleo dentro em breve. Uma estratégia para informar os bolseiros dos seus direitos e deveres e também conseguir um maior número de associados para a ABIC.