Em Maio será comercializado o primeiro vinho produzido em conjunto pelas adegas cooperativas da Covilhã e Figueira de Castelo Rodrigo. Primeiro o branco e em Outubro o tinto “Terras do Interior”, nome com que o néctar foi pré-registado mas que poderá ser alterado. Ao todo serão 250 mil litros deste vinho, com a Adega da Covilhã a disponibilizar cem mil litros e a outra parceira 150 mil.
O projecto avançou no âmbito da estratégia da União de Adegas Cooperativas da Beira Interior (UNACOBI), a que aderiram estas duas. O que se pretende é ganhar dimensão para, concertadamente, dar mais visibilidade ao vinho da região.
O novo néctar tem origem nas castas síria, aragonês, touriga e nacional. A trabalhar no projecto esteve uma equipa de enólogos liderada por Virgílio Loureiro, docente no Instituto Superior de Agronomia. Actualmente o vinho encontra-se na fase de repouso.
“Na Beira Interior estamos num estado primário relativamente a outras zonas do País. A região é pouco referenciada nos produtos. Há que sair desta letargia para nos impormos”, defende o presidente da Adega da Covilhã e também responsável pela UNACOBI, Bidarra Andrade, que acredita que esta iniciativa comum é um passo nessa caminhada.
Uma central de compras pode também surgir na região
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Central de compras pode reduzir custos até 40 por cento
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Outro projecto com vista à concentração de esforços é a Central de Compras, que Bidarra Andrade prevê que esteja a funcionar no final do mês. Uma central a que aderiram as cinco adegas associadas da UNACOBI, a da Covilhã, Fundão, Figueira de Castelo Rodrigo, Pinhel e Beira Serra (Vila Franca das Naves).
A intenção é poder fazer encomendas com um maior poder negocial e melhorar o processo de identificação, selecção e avaliação dos fornecedores. Rolhas, garrafas, caixas, gasóleo, mas também a aquisição de seguros colectivos e outros serviços são produtos que podem vir a ser adquiridos a partir do final do mês. Segundo o presidente da Adega da Covilhã com reduções no custo que podem chegar aos 30 e 40 por cento.
Essa é a estimativa feita pela empresa a quem foi encomendado o estudo, a CIP, também responsável pela Central de Compras do Estado. “O processo de compra foi cientificamente estudado, foi bem estruturado”, sublinha Bidarra Andrade. Agora, acrescenta, “há que conjugar o esforço das adegas para conseguir consensos para compras comuns, temos de definir uma tipologia comum a cada produto para conseguir maior quantidade ao melhor preço”. A primeira encomenda deve ser de garrafas.
“Não podemos querer ser competitivos aumentando o preço, mas apostando na qualidade e na redução de custos, para que os agricultores possam ver uma luz ao fundo o túnel”, frisa o responsável da UNACOBI.
“A ser pensada” está também, para uma fase posterior, uma Central de Vendas que comercialize as 37 marcas das cinco cooperativas, estude os mercados, as estratégias de marketing e promova os vinhos. Actualmente as cinco adegas, que representam sete mil associados, produzem 50 milhões de litros. |